Incêndio na Serra do Amolar diminui e ações de recuperação iniciam

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  • Post publicado:5 de fevereiro de 2024

O cenário atual na região da Serra do Amolar, no Pantanal, é que a região ainda segue com brigadistas da Brigada Alto Pantanal, mantida pelo IHP, e também com bombeiros militares dos Bombeiros de Mato Grosso do Sul para atuarem com rescaldo e monitoramento. Houve uma redução do efetivo para combate ao fogo, após as ações realizadas até este dia 5/2 terem dado resultado e as chamas terem sido controladas.

Os focos de incêndio reduziram muito e não há fogo alto. Neste domingo, 04 de fevereiro, ainda foi preciso realizar combate de fogo, no período da tarde.

“Houve um combate por ar pelos Bombeiros, feito ao longo de três dias, e isso deu muito resultado para conter as chamas. No campo, a Brigada Alto Pantanal conseguiu atuar para criar linhas de proteção em áreas para que o fogo não ganhasse proporção maior. E ainda registramos chuvas pontuais em dois dias da semana, o que se somou. Percebemos haver uma situação de controle do fogo atualmente. Infelizmente, o incêndio não acabou no sentido que as cicatrizes agora ficam mais evidentes. Temos técnicos do IHP atuando para buscar mensurar quais impactos houveram para a vida selvagem e temos que pensar em formas de tentar agir para a recuperação de áreas atingidas”, explica a coordenadora de operações do IHP, Isabelle Bueno.

Foram destruídos quase 2,7 mil hectares do território de Patrimônio Natural da Humanidade.

O fogo de sábado (3/2) e domingo (4/2) queimou áreas que queimaram antes, troncos, principalmente. Por isso mesmo, os Bombeiros fizeram combate aéreo e houve monitoramento de campo. A Brigada Alto Pantanal está vistoriando a região.

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As equipes iam realizar um último monitoramento para descer para Corumbá (MS), nesta segunda-feira (5). A viagem da região onde havia o fogo até a cidade demora 5 horas pelo rio Paraguai.

Além disso, houve uma doação de mudas para área de comunidade, em uma tentativa de recuperar a médio e longo prazo. Diante do fogo que atinge parte da Serra do Amolar desde 27/1, o Recanto Ecológico Rio da Prata, que fica em Jardim (MS), doou 580 mudas de plantas frutíferas para serem plantadas em área de comunidade. Entre as mudas estão amora, mamão, pinha, laranja caipira, araçá e tamarindo. As mudas foram produzidas na RPPN Cabeceiras do Prata, na região de Jardim.

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Histórico

O incêndio florestal foi iniciado no dia 27 de janeiro. Um pequeno proprietário rural da região pode ter começado o fogo na tentativa de limpar baceiro (vegetação flutuante que pode aglomerar-se de tal forma que cria pequenas ilhas que impedem o acesso a corixos ao longo do rio Paraguai) que estava no acesso para a propriedade. Ele chegou a ser informado sobre o início das chamas, após constatação do caso na central de monitoramento que o IHP possui em Corumbá. A Polícia Militar Ambiental também foi informada sobre o registro do início do incêndio para atuar na fiscalização.

A Serra do Amolar

A região da Serra do Amolar, que está dentro do Pantanal, no município de Corumbá (MS), compreende um território de grande biodiversidade, é área de Reserva da Biosfera, além de ser um Patrimônio Natural da Humanidade. O território é formado por 80 km de extensão de morrarias que chegam a ter quase 1 mil de altitude. Essa área fica a cerca de 700 km de Campo Grande, a partir de Corumbá e por via fluvial. Só é possível chegar nesse local por ar ou pelo rio Paraguai.

Devido a várias particularidades, incluindo os seus elementos naturais, geográficos e ecológicos, a região tem potencial de abrigar espécies de plantas e animais que são de exclusividade da Serra do Amolar. Por ali, há interações de fatores geográficos, climáticos e ecológicos que criam ecossistemas particulares que não são encontrados em outras partes do Pantanal.

Além disso, trata-se de um território considerado uma barreira natural para o fluxo das águas, que se difere completamente de todo o restante do bioma. Ali existe uma variedade de terrenos e paisagens, áreas com características de Mata Atlântica, de Pantanal, de Amazônia, o que resulta na sua riqueza de biodiversidade.

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Foto: Luiz Mendes