O palco é a velha estação ferroviária de Campo Grande. De chapéu, óculos e barba branca, ele chega caminhando lentamente com a viola nas costas, assobiando ao ritmo da marca registrada da música regional.
“Falar de Mato Grosso do Sul merece sempre uma prosa, pensamentos profundos”, poetiza o narrador, já dedilhando as cinco duplas de cordas de seu instrumento.
Assim, Paulo Simões, coautor do Trem do Pantanal, inicia uma jornada em homenagem os 46 anos de criação de Mato Grosso do Sul. É uma viagem que será transmitida em TV aberta no domingo (8) e aparentemente curta para que se percorra toda a extensão de nosso vasto território, mas o suficiente para expressar um sentimento que vai além de só gostar, de achar bonito.
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Tal amor pela terra é cultivado graças à admiração pela pujança de um lugar entranhado entre os rios Paraguai e Paraná, uma mesopotâmia que vai do Cerrado ao Pantanal, cheia de oportunidades, riquezas e belezas que tiram o fôlego até de quem é daqui, imagina então dos que são de fora, de grandes centros onde predominam paisagens cinzentas, de concreto.
Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco, o Pantanal dá o pontapé inicial da jornada, que faz questão de ressaltar.
“O povo lá de casa espera que eu mande um postal. Aqui, cada canto é um cartão postal”, diz o carioca Simões, de coração sul-mato-grossense. Para completar a riqueza e biodiversidade local, Cerrado e Mata Atlântica surgem linearmente.
Bonito, Aquidauana e Anastácio são exemplos mostrados ali dessa variedade natural que nos orgulha. Mas não para por aí. Nós também crescemos e oferecemos algo a mais: somos um dos estados que mais cresce no Brasil, faz questão de revelar Simões.
Assim como a correnteza dos rios que cortam nosso território, ser próspero, verde, inclusivo e digital correm pela nossa história rumo ao um destino. Em belos versos, o narrador detalha os atrativos culturais, sociais e econômicos de Mato Grosso do Sul.
“Vem, veja de perto. Só assim para crer nas nossas maravilhas. Entre na roda do tereré, prove um carreteiro, um sobá, uma chipa. A mesa está posta e vou te falar, dá gosto de estar aqui. Cravado no Centro-oeste, no coração do Brasil, vizinho da Bolívia e do Paraguai, agora atalho para aproximar mundos, trazer o futuro para perto da gente”, dita, ao destacar a gastronomia rica e até a Rota Bioceânica, que nos deixa a meros 5,4 mil km da Ásia.
O Bioparque Pantanal, o Aquífero Guarani, o status de terceiro maior produtor de carne e quinto de soja do país, além de maior polo de produção de celulose do continente, são questões lembradas no institucional. Dados como Mato Grosso do Sul possuir a maior área integrada de lavoura, pecuária e floresta e ser o primeiro a concluir inventário sobre gases de efeito estufa foram lembrados, assim como o PIB industrial hoje na marca de R$ 29 bilhões.
“Na garupa do cavalo, no balanço da rede, aqui caminhamos sempre à frente, sobre todos os trilhos da terra”, encerra Simões, sem antes o vídeo não deixar passar batido os R$ 70 bilhões em investimentos privados garantidos para o Estado e a conquista por Bonito de ser o primeiro ecodestino do planeta com certificação Carbono Neutro.