Acusado de matar onças-pintadas no Pantanal é solto por decisão judicial em Mato Grosso

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  • Post publicado:3 de abril de 2023

Cáceres (MT)– João de Deus da Silva, de 59 anos, acusado de caçar e matar três onças-pintadas do Pantanal, foi solto por decisão do Poder Judiciário neste domingo (2), em Cáceres, no Mato Grosso. O acusado estava preso desde sexta-feira, quando foi detido por suspeita de caça ilegal e maus-tratos contra cachorros.

Segundo a defesa de João de Deus, não havia motivos para a manutenção da prisão preventiva, uma vez que ele tem residência fixa, emprego e não representa risco à ordem pública. Já o Ministério Público havia se manifestado contrariamente à soltura, alegando que o acusado representa risco à fauna e que a liberdade dele poderia prejudicar a instrução criminal.

O caso segue em investigação pela Polícia Civil de Mato Grosso, já que a morte de onças-pintadas é considerada crime ambiental e pode resultar em pena de até cinco anos de prisão, além de multa. O vídeo da ação, em que duas onças-pintadas são decapitadas, viralizou e causou indignação nas redes sociais.

A Prisão

Na última sexta-feira (31), um homem identificado como João de Deus da Silva foi preso na cidade de Cáceres, no Mato Grosso, acusado de matar onças-pintadas e maltratar cachorros. De acordo com a polícia, ele confessou que foi contratado para cometer o crime e receber R$ 5 mil por cada cabeça de animal ameaçado de extinção abatido na região. As imagens das onças decapitadas circularam na internet e causaram indignação.

A prisão foi realizada por uma equipe da Polícia Civil e do Gefron (Grupo Especial de Fronteira), que haviam recebido denúncias identificando o suspeito. João de Deus estava em uma caminhonete Ranger branca, transportando quatro cães da raça Pointer inglês que aparecem nas imagens da caçada. Os animais estavam sendo transportados de maneira irregular, amarrados de maneira indevida e com feridas. Por isso, o caçador vai responder também por maus-tratos.

caes caca matar onças-pintadas
Autor foi preso em uma caminhonete onde também transportava deforma irregular os cães que o auxiliou nas caçadas das onças-pintadas

Segundo informações da polícia, o suspeito informou que comprou seis cachorros por R$ 3 mil para ajudar nas caçadas e que os animais teriam sido transportados inicialmente de Várzea Grande para Cáceres. A esposa do suspeito, Maria Bispo de Guimarães, pagou R$ 600 pelo frete dos cachorros. O responsável pelo frete foi orientado a encontrar um homem identificado como Laudelino Luis Neto, que estava em uma caminhonete Ranger branca.

Os cães foram transferidos para o segundo veículo e levados para as fazendas Bahia de Pedra I e II, localizadas no município de Cáceres. Durante a abordagem, Laudelino estava dirigindo a Ranger branca, enquanto João de Deus estava no banco do passageiro. Após prestar depoimento, Laudelino foi liberado pela polícia. Já João de Deus foi preso e encaminhado para a delegacia da Polícia Civil de Cáceres. A responsabilidade dos cachorros ficou com a polícia e o caso está sendo investigado pela Dema (Delegacia Especializada de Meio Ambiente).

A morte de onças-pintadas é considerada crime ambiental e pode resultar em pena de até cinco anos de prisão, além de multa. João de Deus pode responder criminalmente por maus-tratos aos cachorros e, se condenado, pode pegar de dois a cinco anos de prisão, além de pagar multa de R$ 500 por cachorro maltratado.