Com história milenar, Pantanal tem sítios arqueológicos a serem mapeados para servir de produto turístico

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  • Post publicado:11 de março de 2023

Vestígios de um passado datado de milhares de anos estão espalhados pelo Pantanal e essas marcas servem para contar histórias, além de representarem em um atrativo para turistas que visitam o bioma. Os registros catalogados podem ser encontrados principalmente em Corumbá, nos arredores e na Serra do Amolar. O Sebrae/MS e o IHP (Instituto Homem Pantaneiro), por meio do Plano de Desenvolvimento do Território Alto Pantanal, estão mapeando os principais pontos desses sítios arqueológicos para um roteiro ser montado para visitantes.

As ações envolvidas nesse plano de desenvolvimento estão dentro do Pró Pantanal – Programa de Apoio à Recuperação Econômica do bioma, iniciativa do Sebrae.

O território do Alto Pantanal possui uma série de sítios arqueológicos que podem enriquecer os produtos turísticos que já existem para o território. O IHP está com equipe para identificar esses hotspots no formato para favorecer o turismo e, ainda, atuar em conjunto com as atividades de base comunitária. Na região da Serra do Amolar, por exemplo, três áreas já identificadas por estudos prévios ficam na lagoa da Gaíva, no Morro do Caracará e no Morro do Campo. Há comunidades também que habitam as proximidades,

A coordenadora estadual do Pró Pantanal, Isabella Fernandes, reforça que o turista está em busca de experiências e os destinos que oferecem opções ganham em competitividade e maior atratividade. “O Pantanal tem uma riqueza e variedade que gera um interesse muito grande para pessoas que querem visitá-lo. Envolver isso com a comunidade ainda acrescenta mais atrativos. Pensamos em um turismo responsável”, destaca.

Os sítios arqueológicos encontrados na Serra do Amolar, em específico, remontam para a história do Mar de Xarayes e os primeiros habitantes em tempos pré-históricos e coloniais do Pantanal. Há testemunhos que foram deixados por meio de pinturas rupestres na paisagem. Também existem registros no sopé do Maçico do Urucum, perto da lagoa do Jacadigo e da lagoa Negra. Esses sítios rupestres encontram-se dentro de propriedades privadas.

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Pinturas identificadas em sítio arqueológico na baía da Gaíva, Serra do Amolar

O levantamento que vem sendo feito pelo IHP ocorre a partir de estudos arqueológicos desenvolvidos no início do século XX, que depois ganharam ampliação nas décadas de 1910, 1940, 1970, de 1990, bem como em 2019. São pesquisadores de diferentes instituições que primeiro realizaram esses levantamentos, incluindo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (Fundep/UFMG).

A secretária-executiva do IHP, Betina Kellermann, exemplifica que o trabalho entre o Sebrae e o Instituto vai permitir um desenvolvimento em novas frentes para uma área remota do Pantanal.

“Queremos permitir que esses sítios arqueológicos que estão em regiões da Serra do Amolar e também em Corumbá possam servir de atrativo, que envolva a atuação de comunidades que conhecem essas localidades. Isso tem potencial para gerar desenvolvimento socioeconômico. É uma grande oportunidade que queremos estruturar”, pontua.

Os estudos de campo já foram feitos em um sítio arqueológico localizado na lagoa da Gaíva, local com pinturas rupestres e onde viviam os indígenas da etnia Xaraye, com registros que remontam ao Século XVI . Essa área já tem um forte atrativo por conta de barcos hotéis que visitam as proximidades entre os meses de fevereiro e novembro, na temporada da pesca.

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Sítio arqueológico que fica em propriedade privada, às margens da BR-262, no município de Corumbá

Também foram feitas visitas para identificar áreas na região central de Corumbá, entre eles na Ladeira José Bonifácio. “Estamos nos embasando em pesquisas científicas que já foram feitas para compilar esses locais e obter um roteiro nos próximos meses”, completa a secretária-executiva do IHP. Novos mapeamentos vão ser feitos em áreas dos Morros do Caracará e do Campo, na Serra do Amolar.

Sobre o Pró Pantanal

O Pró Pantanal – Programa de Apoio à Recuperação Econômica do Bioma Pantanal é uma iniciativa do Sebrae para fomentar atividades econômicas nos eixos do turismo, da economia criativa e do agronegócio existentes no Pantanal.

O programa tem apoio da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Federação das Associações Empresariais de Mato Grosso do Sul (FAEMS), Instituto do Meio Ambiente de MS (Imasul) e Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).

Para obter mais informações sobre o programa Pró Pantanal e suas ações, fale com o Sebrae pelo número 0800 570 0800.

Sobre o IHP

O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002 e instituído no dia 30 de março de 2012 em Corumbá (MS), atua na conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local.

Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área. Os programas que o Instituto atua são Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/.