Quem percorre as ruas dos bairros da parte alta de Corumbá, pode até ter a impressão de estar caminhando por trilhas ou até mesmo algumas partes da área rural do município. Nos bairros que ficam ao entorno da região central, a situação também não é muito diferente.
Uma grande quantidade de mato, sujeira e lixo, transformam o município que tem o título de “Capital do Pantanal” em motivo de preocupação e vergonha.
A inércia da prefeitura em agir para efetuar a limpeza das vias e cobrar proprietários de terrenos para que executem a limpeza dos mesmos, fez do município, o terceiro no estado em número de casos de Dengue.
A combinação perfeita para proliferação do mosquito transmissor pode ser vista em todas as partes da cidade. No bairro Padre Ernesto Sassida, imagens postadas nas redes sociais por moradores, ganharam repercussão na última semana ao mostrar pontos de ônibus e calçadas totalmente tomadas pelo mato.
A prefeitura joga a culpa em donos de terrenos baldios, mas não dá o exemplo, já que mantém áreas de sua responsabilidade repletas de lixo, entulho e mato alto. Praças Públicas mesmo na região central, são o reflexo de uma cidade suja, abandonada e sem uma administração comprometida com o bem-estar da sua população e turistas que visitam a região.
Mas apesar de toda sujeira espalhada pela cidade, uma coisa está em dia. O pagamento por um serviço que visivelmente não é bem executado, se é que vem sendo executado.
No final do mês de dezembro, um contrato firmado entre a prefeitura de Corumbá e a Empresa Andre L. dos Santos LTDA mais conhecida como ALS e que se arrasta desde 2017, recebeu seu sétimo termo aditivo no valor de nada mais nada menos R$ 3 milhões de reais para que em tese, fosse feita a prestação de serviços de limpeza pública de capina manual, roçada mecanizada, pintura de meio fio, varrição de vias e sarjetas no município de corumbá.
Os dados mencionados nesta reportagem, foram extraídos do Portal da Transparência e do Diário Oficial do Município publicado no dia 15 de dezembro, página 6.
O período de vigência do contrato milionário também chama atenção. Segundo dados do Portal, ele deve expirar no dia 26 de março de 2023, uma média de um milhão de reais por mês.
Nesta terça-feira, 07 de fevereiro, o Prefeito Marcelo Iunes se reuniu com o secretário municipal de infraestrutura e sérvios públicos, e representantes da saúde municipal, onde informou que a prefeitura irá notificar donos de terrenos para efetuarem a limpeza dos mesmos em um prazo de 5 dias.
No entanto, não estipulou e nem mencionou prazo para que o município providencie a limpeza das áreas que são de sua responsabilidade.
Na sessão da Câmara Municipal de Corumbá, da última segunda-feira, (6), a vereadora Raquel Bryk, apresentou requerimento solicitando junto à Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, cópia do cronograma de limpeza urbana com capina e roçada, além de buscar informações sobre o contrato realizado com a empresa, notas fiscais, valores empenhados e pagos até a presente data.
“Corumbá é uma cidade turística e não pode estar suja da maneira que se encontra. Além disso, ocupa hoje o 3º lugar no triste ranking de casos de dengue, e todos nós sabemos que sujeira e mato alto, contribuem para a proliferação do mosquito da dengue”, ressaltou.
Ainda à mesma pasta, a vereadora pediu informações em relação aos serviços de limpeza da rede de águas pluviais e bocas de lobo existentes na área urbana da cidade. Ela busca saber se existe um cronograma estabelecido, e em caso de resposta positiva, o nome da em presa responsável, cópia do contrato, bem como quais valores empenhados, pagos e a medição dos serviços. Lembrou que a limpeza é fundamental para evitar pontos de alagamentos na cidade.