Lula e Bolsonaro vão se enfrentar em 2º turno na disputa eleitoral

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  • Post publicado:2 de outubro de 2022

As eleições para presidente do país não foram definidas neste domingo (2/10) e vão para o segundo turno. Assim como mostraram as pesquisas eleitorais, os dois candidatos que disputam , em 30 de outubro, o comando do país pelos próximos quatro anos são Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). 

Com 96,93% das urnas apuradas, Bolsonaro, que tenta a reeleição, recebeu 43,70% dos votos válidos, enquanto o ex-presidente Lula teve 47,85% dos votos. Os candidatos Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) tiveram, respectivamente, 4,22% e 3,06% dos votos válidos. 

Concorriam ainda ao Palácio do Planalto: Felipe D’Avilla (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Padre Kelmon (PTB), Constituinte Eymael (DC), Leo Pericles (Unidade Popular, UP), Sofia Manzano (PCB) e Vera Lúcia (PSTU).

Quem é Lula (PT)?

Presidente por dois mandatos, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, aos 76 anos, diz disputar a recondução ao Planalto pela última vez. Nascido em Garanhuns (PE), iniciou a vida como muitos nordestinos que migraram para São Paulo em busca de trabalho. Com curso de torneiro mecânico, trabalhou como metalúrgico no ABC Paulista, onde perdeu o dedo mindinho em um acidente, aos 17 anos.

Nas fábricas, Lula também iniciou a carreira política, assumindo cargos na diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos, que presidiu antes dos 30. Em 1980, fundou o Partido dos Trabalhadores, ligado ao movimento sindical. Seis anos depois, foi eleito deputado federal constituinte, para atuar na construção da Constituição de 1988. Nas candidaturas à Presidência, sofreu derrotas em série — 1989, 1994 e 1998 —, até vencer em 2002.

Os mandatos foram marcados por crescimento econômico, baixa inflação e implantação de programas sociais. Porém, acabaram impactados, também, pelo escândalo do mensalão, envolvendo a compra de apoio no Congresso.

Outro grande escândalo de corrupção o acertou após a saída do governo: o petrolão, investigado pela Operação Lava-Jato, envolvendo desvio de dinheiro da Petrobras. Em 2018, Lula foi condenado e preso por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o que o impediu de concorrer às eleições daquele ano, nas quais aparecia como líder das pesquisas de intenção de voto. O substituto do ex-presidente no pleito foi Fernando Haddad, que acabou derrotado em segundo turno por Jair Bolsonaro.

Depois de 580 dias na cadeia, Lula ganhou a liberdade em 8 de novembro de 2019. Foi beneficiado com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou prisão após condenação em segunda instância. Em junho do ano passado, o plenário da Corte reconheceu a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro na condenação do petista. Ao todo, foram derrubados 26 processos contra o ex-presidente, originários da Lava-Jato, o que o tornou apto a disputar as eleições de hoje.

Com a ideia fixa de uma frente ampla, desde que decidiu concorrer novamente, a principal aliança firmada por Lula nesta campanha foi com o ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na sua chapa. A coligação reuniu 10 partidos: PT, PSB, PCdoB, PV, PSol, Rede, Solidariedade, Agir, Pros e Avante. A dobradinha improvável, entre dois adversários históricos, começou a ser desenhada ainda no ano passado e foi tornada pública após um jantar entre os dois, em São Paulo, organizado pelo Grupo Prerrogativas — formado por advogados que também atuam no diálogo de Lula com setores mais à direita.

Ao ser anunciada, a chapa sofreu forte resistência dentro do PT. Nos bastidores, líderes do partido dizem que o benefício de se aliar ao antigo rival é maior do que a rixa. Em público, a presença do ex-governador na chapa atrai eleitores resistentes a Lula, especialmente em São Paulo. Com atuação discreta, Alckmin articula com empresários, agronegócio e outros setores estratégicos.

Nesta reta final, Lula focou em atrair aliados improváveis. Aderiram à campanha petista cinco ex-presidentes do Supremo Tribunal Federal, incluindo Joaquim Barbosa, relator do mensalão; cinco ministros do governo Fernando Henrique Cardoso; o jurista Miguel Reale Júnior, um dos autores do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff; e a ex-ministra Marina Silva.

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