IHP comemora readaptação da onça-pintada Joujou, na Serra do Amolar

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  • Post publicado:22 de junho de 2022

O período de readaptação da onça-pintada Joujou chegou ao fim. Depois de um ano e cinco meses de monitoramento, o colar com sinal GPS, que rastreava os passos do animal, se soltou. Para o IHP (Instituto Homem Pantaneiro), que acompanhava de perto os passos da onça, tudo saiu como previsto e o fim do monitoramento mostra que o animal se recuperou e o período de adaptação foi vencido. A estimativa é que o felino tenha, hoje, entre 4 e 5 anos.

Joujou é um macho que foi resgatado na Serra do Amolar, uma das áreas mais preservadas do Pantanal, durante os incêndios de 2020. Quando foi resgatado, tinha queimaduras de segundo e terceiro graus nas patas e foi diagnosticado, ainda, com pneumonia, provocada pela fumaça.

Depois de dois meses e meio de tratamento, o animal foi solto na Serra do Amolar, com um colar de monitoramento, do programa Felinos Pantaneiros, do IHP. A bateria do equipamento costuma durar por volta de um ano e meio e já se esperava que fosse se soltar neste período.

“Desde janeiro de 2021, quando foi solto na Serra do Amolar, temos acompanhado os passos do Joujou. Vencemos a etapa da soltura e readaptação do animal à natureza e isso nos traz muita alegria e sensação de dever cumprido. O monitoramento chegou ao fim, mas temos certeza de que ele não só se recuperou como está totalmente integrado à natureza. Os dados colhidos durante este período nos mostram que ele tem os hábitos de um felino da idade dele. As áreas ocupadas registradas foram as RPPNs Acurizal, Penha, Rumo ao Oeste e no Parque Nacional do Pantanal Matogrossense (Parna), mostrando também a importância dessas unidades de conservação que é a Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar”, explica o coordenador do programa Felinos Pantaneiros, Diego Viana.

Durante o monitoramento, Joujou chegou a andar, em um único dia, 15 km. A média diária, contudo, era de 5 km. Os hábitos alimentares do animal também ficaram conhecidos: a onça se alimentava, neste período, principalmente de jacarés e capivaras. Atualmente, ele vive e costuma se deslocar em uma área de 102 km quadrados, na Serra do Amolar.

Para o médico-veterinário Geovani Tonolli, do IHP, este momento é ainda mais especial. Ele chegou ao Pantanal exatamente no dia em que Joujou foi resgatado e, agora, é o responsável por recolher o colar de monitoramento – que se solta sozinho do animal, quando a bateria chega ao fim.

“É muita emoção pessoal e, com certeza, um momento mágico. O colar se soltou em um dos locais mais lindos da Serra do Amolar, no cartão postal. Cheguei ao Pantanal no dia do resgate dessa onça, de certa forma participei do tratamento, soltura, participei do monitoramento e, agora, fui responsável por recolher o colar”, relembrou Tonolli.

Histórico

Em novembro de 2020, Joujou foi resgatado pela equipe do GRETAP, com apoio de parceiros junto ao IHP, como CRMV MS, Instituto Tamanduá, GRAD, UCDB, Semagro/Imasul, Ampara Silvestre, Ibama e Esquadrão Onça da Força Aérea.

A onça foi tratada e reabilitada no CRAS/Imasul, em Campo Grande, onde passou por tratamento por cerca de dois meses. Como estava em condições de voltar a natureza, foi realizada a soltura em 23 de janeiro de 2021, em uma operação que contou com apoio do IHP, Onçafari, Gretap, Imasul, ICMBio, CRMV/MS e Força Aérea Nacional.

Sobre a Rede do Amolar

A Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar (Rede do Amolar), é o maior programa do IHP. Foi criado em 2008 e tem como finalidade propor ações de gestão integrada entre as organizações parceiras para proteção de 276.000 hectares, sendo que 201.000 hectares legalmente protegidos. A iniciativa surgiu a partir da parceria entre IHP, Instituto Acaia Pantanal, Fazenda Santa Tereza, Fundação Ecotrópica e Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense/Instituto Chico Mendes (ICMBio) e Polícia Militar Ambiental.

Sendo assim, é formada por áreas com múltiplos usos e status de conservação, que têm em comum o compromisso de integrar a sustentabilidade ambiental, sem deixar de reconhecer que cada área é autônoma na sua gestão e possui objetivos diferentes. Sua formação foi uma iniciativa inovadora para a conservação de áreas naturais, pois une os três setores da sociedade: o primeiro, segundo e terceiros setores representados, respectivamente, pelo poder público, privado e organizações não governamentais (ONGs).

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