‘Hipster da Federal’ morre ao tentar invadir fazenda em Goiás

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O policial federal Lucas Valença, de 36 anos, que ganhou o apelido de ‘hipster da Federal’, morreu na madrugada desta quinta-feira (3/3) após ter um surto psicótico e tentar invadir uma fazenda na zona rural de Buritinópolis, em Goiás.

De acordo com a Polícia Civil, o agente foi baleado por um morador que afirmou ter agido em legítima defesa. O morador foi preso por posse ilegal de arma.

Lucas Valença teria invadido a fazenda após gritar que “havia um demônio” dentro da casa e ter cortado a luz da residência. Familiares do policial disseram à polícia civil que ele estava em surto psicótico desde o dia anterior. Ao escutar gritos e a movimentação, o morador atirou contra Lucas com uma espingarda.

O agente da polícia federal ficou conhecido como ‘hipster da federal’ depois que fez a escolta do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso no âmbito da operação Lava-Jato, em 2016. Na época, ele chamou atenção por usar os cabelos longos, presos em um coque no alto da cabeça e barba.

O sucesso nas redes sociais foi tanto que no ano seguinte, Lucas Valença ganhou um boneco de Olinda em homenagem a ele no carnaval.

Nas redes sociais, o último post do policial foi durante o encerramento da formação de novos policiais federais, em dezembro. Na oportunidade, ele tirou uma foto ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL), que participou da cerimônia.

Investigação

O delegado Adriano Jaime, que investiga o caso, disse que o morador foi preso por posse irregular de arma de fogo, mas pagou fiança e aguarda a conclusão da investigação em liberdade.

“Como as circunstâncias do fato indicam que o autor agiu em legítima defesa, estava dentro da sua casa e defendendo a família, optamos por continuar as invstigações somente por meio de inquérito”, esclareceu o delegado.

O Instituto de Criminalística esteve no local para fazer a perícia da cena do crime e detalhar como aconteceu a invasão e os disparos.

Como aconteceu

espingarda
Espingarda usada por morador para atirar no policial federal Lucas Valença, em Buritinópolis, Goiás — Foto: Reprodução/Polícia Militar

No interior da casa estavam o dono, a esposa e a filha do casal de 3 anos. O morador contou à polícia que ouviu barulhos de gente em volta da sua residência e uma gritaria com diversos xingamentos. Foi quando a vítima desligou o disjuntor de energia que fica fora da casa e arrombou a porta da sala.

Diante da escuridão e com medo, o morador atirou no policial com uma espingarda. A bala atingiu a barriga. Ele alegou à polícia que agiu em legítima defesa.

Ainda segundo a ocorrência, uma ambulância foi chamada para prestar socorros médicos, mas o policial já estava morto no local.

O dono da casa relatou que atirou em direção do invasor, mas que até então não sabia quem era. Após religar o disjuntor de energia, ele viu a vítima baleada e chamou a polícia e a ambulância.

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