Na última segunda-feira (31), o CIEVS (Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde) de Mato Grosso do Sul recebeu notificação de Campo Grande sobre um caso suspeito de fungo preto. O paciente, que está com SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), pode estar com mucormicose no olho esquerdo.
O comunicado de risco foi publicado nesta terça-feira (1º), pela SES (Secretaria de Estado de Saúde). O homem de 71 anos é residente de Campo Grande e possui Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica. Além disso, ele tem histórico de SRAG.
O idoso começou a ter sintomas da síndrome em 9 de maio e em 18 de maio fez o teste RT-PCR, detectável para Covid-19. Com febre, dor de garganta, dispneia, desconforto respiratório, saturação O2<95%, fadiga, anosmia e ageusia, ele foi internado em UTI no mesmo dia, 18 de maio.
De acordo com o boletim da CIEVS, em 28 de maio ele “apresentou suspeita de mucormicose no olho esquerdo com equimose palpebral intensa e lesão necrótica superior poupando a borda, apresentando quemose conjuntival sanguinolenta e úlcera corneana”.
Sobre a evolução clínica do paciente, o boletim informa que ele está “instável hemodinamicamente, sem condições para transferência para instituição de maior complexidade”.
Fungo preto
Desde o início de maio, médicos na Índia começaram a registrar aumento de casos de mucormicose, que é uma infecção rara, conhecida como fungo preto. Os infectados eram pacientes com coronavírus ou que tinham se recuperado da covid recentemente. Segundo especialistas, isso acontece porque o sistema imunológico foi enfraquecido pelo vírus, ou seja, o paciente tem imunidade baixa.
A SES destaca que a “mucormicose geralmente ocorrem em pessoas que têm comorbidades ou utilizam medicamentos que diminuem a capacidade do corpo de combater algumas doenças”. O avanço da doença pode causar sintomas que se iniciam com dor orbital unilateral ou facial súbita, podendo conter obstrução nasal e secreção nasal necrótica.
“Há a possibilidade de ocorrer lesão lítica escura na mucosa nasal ou dorso do nariz, celulite orbitária e facial, febre, ptose palpebral, amaurose, oftalmoplegia, anestesia de córnea, evoluindo em coma e óbito”, informa o comunicado. Quando avançada a doença, o tratamento envolve remover cirurgicamente todos os tecidos mortos e infectados.
“Em alguns pacientes, isso pode resultar em perda da mandíbula superior ou às vezes até mesmo do olho”. Para cura são necessárias de 4 a 6 semanas de terapia antifúngica intravenosa. Por afetar várias partes do corpo, “o tratamento requer uma equipe de microbiologistas, especialistas em medicina interna, neurologistas intensivistas, oftalmologistas, dentistas, cirurgiões e outros”.