PF desarticula esquema que usava empresas de fachada para lavagem de dinheiro em Corumbá

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Ação da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira em Corumbá / Fotos: Weber Reis
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  • Post publicado:29 de abril de 2021

Corumbá (MS)-  A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (29), nas cidades de Corumbá, Belo Horizonte/MG e Quinta do Sol/PR a Operação Mamon, com a finalidade de desarticular organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro.

De acordo com nota emitida pela PF, foram empregados 60 policiais federais para o cumprimento de quinze mandados de busca e apreensão. Simultaneamente, foi realizado o sequestro de 4 imóveis e de 61 veículos avaliados aproximadamente em R$8 milhões de reais.

A ordem judicial também determinou suspensão de atividades econômicas de quatro empresas de fachada, além do bloqueio de valores em contas bancárias. Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 5ª Vara Federal de Campo Grande/MS.

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Policiais Federais em estabelecimento comercial no centro de Corumbá / Fotos: Weber Reis

Segundo as investigações da PF, o grupo criminoso ostenta um elevado padrão de vida e se vale de um complexo esquema de lavagem de dinheiro, o qual envolve o sistema bancário, operadoras de crédito, cheques, compra e venda de veículos, e transações em espécie. Somente em 2020, os criminosos teriam movimentado mais de 20 milhões de reais.

Ficou evidenciada a utilização de pessoas inseridas (laranjas) e empresas de fachadas para ocultação de bens e valores provenientes de diversos crimes como tráfico de drogas e contrabando.

Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de capitais (art. 1º, caput, da Lei nº 9.613/98) e organização criminosa (art. 2º, caput, da Lei nº 12.850/13), cujas penas, somadas, podem ultrapassar 15 anos de prisão.

Operação Mamon

Mamon é transliteração da palavra hebraica “Mamom”, a qual significa ‘dinheiro’ ou ‘riquezas’. O termo é popular em estudos bíblicos, os quais personificam Mammon como um dos sete príncipes do inferno, associado ao pecado capital da ganância. Segundo a teoria, aqueles que praticam ilícitos com o fim de acumular bens e ostentá-los, à exemplo do que fazem estes investigados, são ditos “servos de Mammon”.

Em razão da situação de pandemia da COVID-19, foi planejada uma logística especial de prevenção ao contágio, com  distribuição  de  EPIs  a  todos  os  envolvidos  na  missão,  a  fim  de preservar a saúde dos policiais, testemunhas, investigados e seus familiares.