Fechamento da rodoviária não freia proliferação da Covid-19 em Corumbá e junho termina com aumento de 630% de casos | Opinião

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Rodoviária foi fechada para embarque e desembarque de passageiros neste domingo (22)
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  • Post publicado:30 de junho de 2020

Corumbá (MS)- No mês em que teve as medidas restritivas contra o avanço da Covid-19 afrouxadas pelo Executivo Municipal, Corumbá observou um aumento de 630% no número de casos confirmados.

É o que mostra o boletim epidemiológico divulgado nesta terça-feira (30), pela Secretaria Estadual de Saúde. No início de junho, a cidade contabilizava o número de 48 casos confirmados da doença e termina o mês com 303 casos confirmados.

Os números mostram a inefetividade das ações públicas e também o baixo comprometimento da população quanto ao respeito das recomendações de prevenção à proliferação do novo Coronavírus.

Ao mesmo tempo em que determina o fechamento da Rodoviária, supostamente para impedir a entrada de passageiros que possam vir contaminados para cidade, incentivou indiretamente o crescimento da atividade irregular do transporte clandestino.

A chegada de pessoas das mais diferentes regiões nunca deixou de ocorrer na cidade e o serviço clandestino segue sendo abertamente divulgado em grupos de facebook e whatsapp, sem que o município tenha autonomia para fazer qualquer tipo de controle, muito menos impedir o ingresso dos passageiros que chegam em carros particulares.

O próprio chefe do executivo confirmou em live transmitida ao vivo pelas redes socias, que o município não tinha meios de controlar a chegada de pessoas que ocorre por meio de motoristas de aplicativos e chegou ao entendimento que a abertura do terminal seria a melhor forma de controlar e cadastrar os passageiros. No entanto, desde então, nenhuma medida neste sentido foi adotada.

Já no comércio, as restrições efetivas não duraram mais do que uma semana. Depois disso, sempre cedendo ao apelo popular, a prefeitura passou a estabelecer decretos de faz de conta.

Pode parecer uma redundância, mas o prefeito autorizou o comércio a trabalhar no horário comercial, das 08hs às 18 hs, e ainda estendeu o horário para outras atividades que trabalham com delivery. Praticamente deixou tudo como sempre esteve.

Logo em seguida, um novo decreto estabeleceu o fechamento “das atividades não essenciais” aos finais de semana. A medida, no entanto, não durou mais do que uma semana e logo uma nova resolução afrouxou a medida permitindo assim que os estabelecimentos voltassem a funcionar aos sábados (até as 14h30).

Isso ainda sem contar as “bondades” concedidas em datas específicas como o dia das mães em maio e dia dos namorados em junho, onde o comércio também teve os horários de funcionamento antecipados.

Se por um lado as medidas do executivo parecem serem feitas apenas para não dizerem que não estão fazendo nada, a população também não colabora.

Não à toa, o município sempre figura entre os que possuem a menor taxa de isolamento social no Estado. Quase sempre, inferior a 40%.

Os reflexos das ações, ou falta delas, seja por parte do executivo, seja por parte da população, começam a ter reflexos negativos na saúde do município que já observou a morte de nove pessoas, oito delas no mês de junho.

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