Assassino confesso de 7 pessoas, entre 2015 e 2020, o “Pedreiro Assassino” Cléber Gonçalves, 43 anos, vai responder por dois tipos de crime, pelo que foi descoberto até agora: homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Considerando as penas previstas em lei, ele pode ser condenado a mais de 230 anos de prisão.
São 7 vezes a pena por homicídio qualificado, cuja condenação máxima é 30 anos, mais 7 vezes a o ocultação de cadáver, com tempo de reclusão é de até 3 anos.
Seriam, portanto, segundo a possibilidade da lei penal, cabíveis até 210 anos de cárcere pelos homicídios e mais 21 por esconder os corpos das vítimas debaixo da terra. A soma total da 231 anos, em caso de punição máxima.
Esse é um exercício de ‘futurologia’, obviamente, calçado nas acusações já feitas contra o pedreiro.
Até chegar a uma condenação, há todo o processo legal: a finalização dos inquéritos pela Polícia Civil, a apreciação pelo MPMS para oferecimento da denuncia, a análise pelo juiz para decidir se leva ou não o réu ao júri popular.
Se condenado, como está definido pela lei de execução penal brasileira, o Pedreiro Assassino, ficará, em tese, apenas 40 anos em regime fechado.
A lei de execução penal brasileira impede que condenados fiquem além disso. Com a idade que tem hoje, Cleber só colocaria o pé fora da cadeia aos 93 anos, se for condenado.
O caso remete a outro serial killer preso em Campo Grande em 2015. Luiz Alves Martins Filho, o Nando, enfrentou 1 ano e 7 meses de julgamentos. A investigação levou as equipes até um “cemitério clandestino” no Jardim Veraneio, local que era usado pelo grupo para matar e enterrar 16 corpos.
Mas nem sempre a pena máxima foi imposta que foi condenado a 175 anos de prisão.
Andamento
Responsável pelo inquérito policial do caso, o delegado Carlos Delano por enquanto pediu a prisão de Cleber pelo primeiro assassinato descoberto.
A tendência é que faça isso para cada morte atribuída ao “Pedreiro Assassino'” . Essa é uma forma de evitar qualquer risco de soltura do criminoso, enquanto correm as coletas de prova e testemunhas.
O assassino em série está em uma cela do Cepol (Centro Especializado de Polícia Civil), sem previsão de transferência ao sistema penitenciário estadual.
Cronologia
Os crimes do pedreiro começaram a ser descobertos no dia 7 de maio, após denúncia da família de José Leonel, de 62 anos, morto e enterrado no quintal da casa dele, na Vila Nasser.
Na mesma região, outra vítima foi localizada uma semana depois, no dia 15. José Jesus de Souza morreu aos 45 anos, ele estava desaparecido desde fevereiro. Também na sexta-feira, a Polícia descobriu o corpo de Roberto Geraldo Clariano, 50 anos, no Bairro Santo Amaro. A família não o via desde 23 de junho de 2018.
O quarto morto foi o jardineiro Hélio Taíra, 74 anos, desaparecido em 26 de novembro de 2016. Ele foi contratado por Cleber para limpar o terreno de uma casa, na Vila Planalto.
O pedreiro matou o próprio primo, Flávio Pereira Cece, 34 anos. O crime ocorreu em 2015, mas nunca havia sido investigado. O corpo de Flávio também foi encontrado na sexta passada. Os dois eram vizinhos e motivo seria briga durante a construção de um muro que dividia as duas casas.
Na noite do dia 15, a Polícia já havia interrompido as escavações, quando o pedreiro apontou a localização de outro corpo. Claudionor Longo Xavier havia desaparecido no dia 18 de abril de 2019, aos 47 anos, quando saiu de motocicleta e nunca mais foi visto.
A última vítima do pedreiro foi o aposentado Timóteo Pontes Romã, de 62 anos, encontrado morto no fim da manhã deste sábado (15), em poço desativado de cerca de 10 metros, nos fundos da casa onde vivia, na Rua Netuno, Vila Planalto, em Campo Grande. Ele havia contratado Cleber para fazer uma calçada.
Denúncias – A polícia admite que pode haver mais vitimas. Por isso, a DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) divulgou dois números de Whatsapp para denúncias: o (67) 99238-4923 e o (67) 3318-9026. O fixo e o celular só funcionam para mensagens.