Corumbá é das cidades mais antigas do Centro-Oeste. Era um dos polos comerciais do século XX. O porto foi dos mais importantes do país. Entre 1950 e 1975, o moinho de trigo, a fiação, a fábrica de cimento, a siderurgia e a mineração alavancavam o progresso da região. Até 1970, Corumbá tinha o maior rebanho bovino do Brasil, com milhões de cabeças de gado.
O Pantanal de Corumbá foi, na década de 1980, o quarto principal destino turístico internacional do Brasil, depois do Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu e Amazônia.
E hoje, como se encontra o nosso turismo?
O Turismo e a cultura pantaneira que palpita forte em Corumbá, tem que estar ligada a uma a política de preservação do patrimônio histórico de nosso representativo conjunto arquitetônico. Mas o que vemos lamentavelmente é um descaso do poder público municipal.
Basta percorrer naqueles que seriam um atrativo turístico e observarmos como se encontra cada um deles.
O Porto Geral, cartão postal da cidade, sem banheiro, bebedouro, restaurantes com comidas típicas regionais para atender os turistas, é obvio que a prefeitura não constrói restaurantes, mais pode incentivar empresas do ramo.
O Instituto Luiz de Albuquerque (ILA) interditado em condições precárias. Praças Históricas abandonadas , Igrejas Históricas em reformas sem nenhuma previsão de término.
Além do Museu do Pantanal que poderia ser um referência nacional pelo nome que carrega “ PANTANAL” , não tem programação, divulgação ou seja pífia visibilidade.
A escadinha que leva ao infinito! Mais ao infinito tempo de interdição, mirantes, como o da Capivara, sem a mínima conservação, tomada pelo mato, falta de segurança no local, difícil acesso.
Até para população corumbaense que deseja passear com a família e amigos no Porto Geral a dificuldade começa em “chegar lá”. Quais as opções para quem não dispões de um carro? ou vai a pé ou de bicicleta, sequer uma linha de ônibus para atender a região não existe.
Além de tudo isso a total falta de ACESSIBILIDADE, um ponto básico em cidade turística, idosos (um forte potencial no turismo) dificilmente atraídos a fazer turismo em nossa cidade pela completa dificuldade de locomoção.
Mesmo tendo tudo para sermos exemplos para o Brasil em termos turísticos não somos, e pior, não se consegue olhar para os bons exemplos que estão logo ao nosso lado. É fácil entender por que a cidade de Bonito é considerada há três anos um dos melhores destinos turísticos do Brasil.
O local vive e respira o turismo, o respeito a natureza e claro, investimentos do poder público tornam reais as possibilidades de acesso ao paraíso natural que apesar de, em comparação com o Pantanal, ser uma pequena parte da natureza que enriquece nosso estado, ser imensuravelmente mais procurado do que Corumbá, mesmo a cidade ter um “produto pronto” para ser consumido, o Pantanal.
E é assim, mesmo com a beleza exuberante da nossa planície pantaneira, um patrimônio imaterial rico e diverso, como os cheiros, os sabores, as canções, contos populares, com todo esse potencial, assistimos o desperdício da benção que nos foi entregue por Deus.
Corumbá um centro cosmopolita de fazer inveja a outras cidades de porte médio do estado é ludibriada pelo slogan político que a reforça como um grande potencial do turismo de evento. Ora o turismo é que deveria induzir a realização de eventos na cidade e não os eventos induzir a presença de turistas.
Até porque, evento é algo que hoje tem amanhã não. O Festival América do Sul é um exemplo. Durante anos foi uma das festividades mais aguardadas do calendário e eventos, até que um dia, o gestor responsável bateu o pé e disse que não teria. E Não teve.
Portanto Turismo e Cultura, dois grandes potenciais de nossa cidade para geração de emprego e renda e que reforçaria a inclusão social precisa mais do que propaganda bonita, precisa de uma administração realmente comprometida com a modernização, antenada com o futuro e principalmente, articulada para implementar uma política pública que realmente contemple o turismo na região.
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