Duas vidas inocentes precisaram ser ceifadas em menos de um ano, para o poder público de Corumbá anunciar medidas para garantir a segurança das crianças em praças e espaços destinados ao lazer na cidade.
Talvez pelo fato dos filhos dos que “administram” o município não serem frequentadores dessas áreas, os chamados parquinhos, que já são pouco e convivem há anos, com a falta de manutenção e descaso das autoridades que deveriam zelar pela manutenção e bom funcionamento desses equipamentos.
Ao invés disso, tentam transferir a culpa da má gestão e falta de competência em gerir esses espaços, bem como garantir a sua segurança, nas costas dos próprios munícipes. Tentam generalizar a atitude de alguns vândalos, como se essas atitudes tivessem origem, na falta de conscientização da população.
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Nesta sexta-feira (14), em meio ao sentimento de revolta pela perda de mais uma vida, a prefeitura emitiu uma nota, lamentando o fato e anunciando a interdição da praça do bairro Generoso até que sejam tomadas as medidas de segurança no local.
Mas lamentável mesmo foi a tentativa de passar um atestado de idiotice para os corumbaenses, ao se engrandecerem por ter uma “rotina de revisão e manutenção em todas as praças da cidade”. Não é preciso estudo nem conhecimento técnico para saber que isso não ocorre, pelo menos não em Corumbá. As imagens dos equipamentos totalmente degradados atestam a falta de verdade na afirmação da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos.
Basta ter bom-senso, caminhar minimamente pelos espaços para ver que se existe uma coisa que não há nas praças da cidade é manutenção, muito menos sendo feita rotineiramente, muito mal e olhe lá esporadicamente. Será que acreditam na própria história que contam?
Um exemplo claro do descaso foi registrado pela reportagem do Folha MS no início deste mês quando publicou a matéria sobre a fiação elétrica exposta junto ao parquinho da Praça da República, no centro da cidade. Moradores da região reclamaram que os fios permaneceram no local por meses, sem que nada fosse feito.
Um desses moradores, cansado de aguardar o poder público fazer a sua obrigação, chegou a por conta própria, isolar a fiação com fita apropriada. Somente depois do caso ser divulgado na mídia é que desconfiaram e mandaram um funcionário arrancar os fios do parquinho.
Se essa manutenção fosse tão rotineira assim como dizem, seria mesmo preciso sair na mídia para encontrarem esses defeitos? Se fosse tão rotineira assim essa manutenção dos espaços, uma estrutura de madeira visivelmente podre teria caído sobre uma criança de 3 anos?
Enquanto a prefeitura bate cabeça na tentativa de justificar a própria incompetência, aos pais e responsáveis que não tem o privilégio de ter uma quadra de esporte particular no quintal de casa ou ainda ter a facilidade de acesso aos shoppings da Capital, resta o dever de redobrar a atenção e cuidado com suas crianças.