Segundo a assessoria de imprensa do hospital, o quadro dele é estável. “Ele continua na UTI Pediátrica, em observação, está consciente e evoluindo bem”, informou. Em uma coletiva de imprensa nesta manhã, a delegada Lívia Graziela Pini, da Polícia Civil, disse que depois de receber alta, ele deve ser encaminhado para um abrigo em Londrina. Ela revelou ainda que o processo de adoção se deu em Mato Grosso do Sul. “Ainda não sabemos o motivo de terem se mudado para Londrina. Agora, ouvir a criança será importante para que a gente possa verificar se foi isso mesmo que aconteceu ou se foi uma agressão gratuita. Vamos aguardar a liberação médica dele”, disse. “A Vara da Infância já foi comunicada para tomar uma decisão sobre as medidas protetivas, como uma suspensão definitiva da adoção”, completou. A delegada ainda esclareceu que o casal foi indiciado pelos crimes de “homicídio tentado e qualificado”, mas que isso ainda é preliminar. “Pode mudar de acordo com os fatos”, concluiu.
Em um vídeo do depoimento do casal à polícia, divulgado pelo site 24Horas, nesta segunda-feira (9), o casal disse que os ferimentos são resultado de um ‘ataque de birra’ da criança. “Ele teve um piti”, disse a mulher. “Não lembro muito bem o motivo. Ele me mordeu e saiu correndo. Pegamos ele e, enquanto tentávamos manter ele em pé, ele ficou se debatendo para não receber as disciplinas”, contou. O delegado perguntou novamente: “Então, o trauma que ele teve na cabeça foi causado por ele mesmo?”. “Sim, ele se jogando no chão”, confirmou a mulher.
O casal ainda admitiu que mordeu o menino para que ele se assustasse e parasse de se debater. Eles também admitiram ter batido no menino com “chineladas e varadas”. “Meu pai me ensinou dessa forma, eu aprendi apanhando com vara, então, tentei passar da mesma forma. Nosso intuito era de educar ele”, argumentou o pai. Questionada porque adotou a criança, a mulher disse que sempre teve o desejo de adotar.
À CRESCER, o advogado do casal, Mário César de Carvalho Pinto, disse que a versão dos pais é de que eles foram disciplinar o filho, mas cometeram um excesso na disciplina. “Mas eles negam a tentativa de homicídio e que tenham agredido a criança na cabeça a ponto de causar qualquer tipo de problema”, disse. “Daqui pra frente, vamos aguardar o desenrolar do inquérito e tentar a revogação dessa prisão preventiva que foi decretada, tendo em vista que no entender da defesa, eles preenchem os requisitos para responder o processo em liberdade. Ou seja, são trabalhadores, réus primários e têm residência fixa”, completou.