José Maria Rodrigues Pereira, conhecido como ‘Faustão’ foi indiciado por seis crimes pela Polícia Civil esta semana. O pintor, que já tinha passagens por abusos sexuais e cumpria pena em regime semiaberto, é acusado de invadir uma casa no Jardim Colorado em Campo Grande no último dia 5 de setembro, estuprar duas irmãs e agredir um bebê.
A delegada Anne Karine Sanches Trevizan, da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), informou que ouviu 11 testemunhas sobre o caso e já encaminhou o inquérito ao Poder Judiciário. “Além das vítimas, ouvimos colegas de trabalho dele, a mãe das vítimas, a esposa do acusado e também servidores da Agepen”, declarou a delegada.
José Maria foi indiciado pelos crimes de lesão corporal dolosa por agredir um bebê de um ano de idade, estupro no caso da adolescente de 16 anos, estupro de vulnerável no caso da menina de 13 anos, satisfação da lascívia, filmar cenas de sexo envolvendo menores e roubo qualificado com restrição de liberdade das vítimas. Somadas as penas, José Maria pode pegar até 30 anos de prisão.
Estuprador em série
Segundo a delegada Anne Karine, ‘Faustão’ seria um estuprador em série, que se continuasse solto cometeria outros crimes. Entre os anos de 2008 e 2010, ele havia estuprado duas crianças, sendo uma de 8 anos na época. Uma das vítimas reconheceu o estuprador pelas imagens divulgadas na mídia e resolveu procurar a delegacia contando que quando criança havia sido abusada pelo homem. Segundo o relato da vítima, na época ela não denunciou o crime por medo de José que sabia onde morava.
Uma outra vítima de ‘Faustão’ não quis registrar a denúncia.
Em 1998, José Maria também já havia sido condenado por um estupro que cometeu na cidade de Cassilândia. Depois de cometer o abuso, ele ainda roubou da residência o valor de R$ 30 mil.
A delegada disse que ‘Faustão’ observava se a casa estava sozinha e depois disso invadia a residência para cometer os estupros e os roubos. Ainda segundo a delegada, ele sempre escolhia casas onde miravam adolescentes e crianças, que ficavam sozinhas no imóvel. “José é uma pessoa fria e cometia os crimes para satisfazer a sua lascívia”, disse a delegada.
Ataque no Jardim Colorado
José Maria cumpria pena em regime semiaberto e saía do presídio todas as manhãs para trabalhar em uma fábrica de processamento de mandioca. Na data dos fatos, a mãe saiu de casa e deixou a menina de 13 anos e o bebê de um ano sob os cuidados da irmã, que tem 16 anos. A mulher saiu e adolescente mais velha foi fechar o portão. Quando voltou, acabou abordada pelo homem que havia pulado o muro e invadido o quintal do imóvel.
Ele rendeu as meninas, entrou na casa, bebeu leite e comeu bolo, sempre agindo de forma violenta e ameaçado as vítimas com uma faca. Inclusive, o homem usou várias facas da residência e deixou digitais. Depois, encontrou uma caixa de luvas e usou um par.
Depois José obrigou que a garota de 13 anos filmasse a irmã mais velha sendo estuprada. O agressor ainda cometeu atos libidinosos contra a vítima de 13 anos e agrediu o bebê, que estava chorando, com um tapa no rosto. Antes de fugir, trancou elas na casa e pediu para que contasse até 200, enquanto fugia.
O celular usado para fazer a filmagem era o celular da vítima que foi roubado junto com outro telefone. Durante as investigações, a polícia descobriu que ele havia deixado o boné no local e colheu registros de digitais deixadas por onde ele passou. Além disso, as meninas disseram que ele cobria o rosto com uma camiseta, assim como fazem para se proteger do sol os trabalhadores da fábrica onde ele trabalha.
A delegada disse que, com base nas provas colhidas, representou pela prisão temporária e por mandado de busca e apreensão na casa do suspeito, que foram cumpridos. Os policiais foram à Gameleira na tentativa de prendê-lo, mas ele fugiu. No entanto, na casa em que ele vivia com a esposa, no bairro Santo Eugênio, a equipe executou o mandado e recuperou os celulares furtados.