Incêndios na Serra do Amolar já devastam mais de 20 mil hectares no Pantanal

Incêndios na Serra do Amolar, em Corumbá, já duram 12 dias e devastaram mais de 20,5 mil hectares; brigadistas indígenas e órgãos oficiais seguem no combate.

Mais de 20,5 mil hectares de vegetação já foram consumidos pelos incêndios na Serra do Amolar, em Corumbá, uma das áreas mais preservadas do Pantanal. O incêndio, que começou em 28 de setembro, chega nesta sexta-feira (10) ao 12º dia consecutivo e mantém mais de 70 focos ativos, com taxa de propagação estimada em 187 hectares por hora, segundo dados do Painel do Fogo.

A dimensão da destruição mobilizou cerca de 30 brigadistas, entre integrantes da Brigada Alto Pantanal, mantida pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP), da Brigada Uberaba Guató Indígena e do Prevfogo/Ibama. Criada em 2024, a Brigada Uberaba Guató atua desde o início da ocorrência e reforça a linha de frente.

 “Temos um ano de atuação como brigadistas voluntários e agora estamos contratados via Prevfogo. O fogo vem se aproximando do nosso território, mas ainda não o atingiu. Estamos preparados para atuar e somar esforços para defender o nosso Pantanal. Somos guardiões da região”, afirmou o vice-cacique e chefe da brigada indígena, Matheus Gediel Assunção Além Ferreira.

As chamas começaram no topo de uma morraria a quase 900 metros de altitude, o que dificulta o acesso terrestre. Para conter o avanço, as equipes contam com apoio aéreo: um helicóptero do Prevfogo/Ibama e duas aeronaves da Defesa Civil Estadual realizam lançamentos de água diariamente. O trabalho, no entanto, é dificultado pelas condições climáticas.

Rajadas de vento acima de 40 km/h, temperaturas superiores a 35°C e sensação térmica acima de 40°C favorecem a propagação do fogo, enquanto a ausência de chuvas significativas mantém o solo seco.

No início, as primeiras detecções de satélite indicavam cerca de 900 hectares atingidos. Pouco mais de dez dias depois, a área devastada já ultrapassa 20,5 mil hectares, espalhando fumaça por diferentes regiões do Pantanal desde o começo de outubro.

Atualmente, participam das operações 13 brigadistas do IHP, 7 da Brigada Uberaba Guató e 10 do Prevfogo de Corumbá. Apesar da mobilização e do reforço aéreo, ainda não há previsão para o fim dos trabalhos.

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