Oito empresas demonstram interesse na concessão da hidrovia do Rio Paraguai

Oito empresas, brasileiras e estrangeiras, demonstraram interesse na concessão da hidrovia Rio Paraguai, reforçando expectativa de concorrência no leilão de 2026.

O market sounding promovido pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) confirmou o forte interesse do setor privado na concessão da hidrovia do Rio Paraguai. Segundo o secretário nacional de Hidrovias, Dino Antunes, oito empresas — entre brasileiras e estrangeiras — participaram das reuniões realizadas em setembro, reforçando a expectativa de concorrência no leilão previsto para os primeiros meses de 2026.

De acordo com Antunes, as contribuições apresentadas pelas companhias serão encaminhadas ao Tribunal de Contas da União (TCU), mas não devem alterar de forma significativa o edital. “O processo vai mudar pouco, estamos avaliando apenas algumas questões de alocação de risco, detalhes (…). De uma forma geral, o market sounding demonstrou que estamos no caminho certo”, afirmou.

Além da modelagem, o governo também atua na frente diplomática. Paraguai e Bolívia intensificaram as negociações com o MPor e o Itamaraty, defendendo que a concessão só avance com autorização em seus territórios. O trecho compartilhado soma 300 quilômetros com o Paraguai e 50 quilômetros com a Bolívia. Para Antunes, esse movimento não deve atrasar o cronograma, já que há alinhamento técnico consolidado.

O projeto é o primeiro modelo de concessão hidroviária no Brasil. O contrato prevê prazo inicial de 20 anos, prorrogável até 70 anos, abrangendo 600 quilômetros entre Corumbá (MS) e a foz do Rio Apa. O MPor estima investimentos de R$ 43,2 milhões até o quinto ano, destinados a serviços como dragagem de manutenção, sinalização do canal de navegação e transporte noturno seguro.

Oito empresas, brasileiras e estrangeiras, demonstraram interesse na concessão da hidrovia do Rio Paraguai, reforçando expectativa de concorrência no leilão de 2026.
Projeto prevê investimentos de R$ 43 milhões no trecho

A proposta da ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), mantida pelo MPor, prevê leilão em duas fases. Na primeira, a LHG Mining não poderá participar; caso não haja interessados, a empresa poderá apresentar oferta. A medida busca evitar concentração de mercado, já que a companhia responde por cerca de 80% das operações atuais da hidrovia.

Atualmente, a Hidrovias do Brasil é a principal usuária do rio Paraguai-Paraná, mas empresas menores, brasileiras e paraguaias, também operam no trecho. A LHG Mining, controlada pelo grupo J&F, transporta cerca de 3 milhões de toneladas por ano e recentemente adquiriu 400 barcaças e 21 empurradores, devendo se tornar a maior usuária da hidrovia, com até 75% da carga movimentada.

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