Bases avançadas dos Bombeiros fortalecem resposta a incêndios e serviços à população no Pantanal
Do combate ao fogo às ações de cidadania, as bases avançadas do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul vêm se consolidando como estruturas essenciais no Pantanal. Criadas em 2024 como estratégia de resposta rápida aos incêndios florestais, elas se transformaram em pontos de apoio para moradores das regiões mais isoladas do bioma, onde a comunicação é limitada e o socorro nem sempre chega com facilidade.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, essas unidades foram estruturadas com equipamentos, viaturas e efetivo preparado para atuar tanto em ocorrências de incêndio quanto em atendimentos emergenciais. Uma delas, instalada na Serra do Amolar, tornou-se permanente e funciona durante todo o ano. Outras seguem o modelo temporário, sendo ativadas apenas no período mais crítico da seca, conforme o planejamento anual de prevenção e combate ao fogo.
A atuação dessas bases vai além do combate às chamas. No dia 2 de novembro, por exemplo, a equipe da Serra do Amolar realizou um resgate de emergência no Pantanal do Paiaguás. Um trabalhador rural de 44 anos sofreu ferimentos provocados por arma branca em uma fazenda de difícil acesso. A pronta resposta dos militares foi decisiva para salvar a vítima.
De acordo com Diego Teodoro de Jesus, responsável por acionar os bombeiros, a logística da base foi fundamental.
“A resposta foi muito rápida. A embarcação foi essencial; sem ela, talvez o desfecho fosse outro. O tenente Laertes me orientou o tempo todo por telefone, fez chamada de vídeo, explicou como estancar o sangramento. Graças ao trabalho da base avançada e da lancha rápida, a operação foi um sucesso. Agradeço o empenho do Corpo de Bombeiros pela agilidade com que nos atenderam”, relatou.

Entre agosto e setembro, as bases foram acionadas pelo menos sete vezes para atendimentos pré-hospitalares de urgência e emergência que exigiram conhecimento técnico e rapidez por parte dos bombeiros militares. Esses números reforçam o papel das estruturas como pontos de referência para comunidades que vivem em áreas remotas.
O ribeirinho Severo Xavier de Farias, morador da Serra do Amolar, também já contou com o apoio da base em mais de uma ocasião. Após três meses sem ir à cidade e com um ferimento no pé, no dia 28 de agosto ele recebeu auxílio dos militares para se deslocar até Corumbá e obter atendimento médico. Durante o trajeto, agradeceu à equipe e lembrou que os bombeiros também atenderam sua esposa quando ela sofreu um Acidente Vascular Cerebral.
“Quando a gente precisa, procura o bombeiro. Já ajudaram minha esposa quando ela teve AVC. É muito bom ter o Corpo de Bombeiros aqui, porque está ajudando muito a gente”, afirmou.

Outras ocorrências atendidas este ano pelas equipes incluem o socorro a um homem atacado por uma onça, atendimento a vítima de picada de abelhas, busca por pessoa desaparecida, atendimento a uma criança ferida e diversos transportes fluviais e aeromédicos. Além disso, os bombeiros realizam ações cotidianas de apoio aos moradores, reforçando a presença do Estado em locais onde a assistência pública é escassa.
Em setembro, a sede da base avançada na Serra do Amolar foi utilizada como apoio para a operação do projeto Juizado Especial Federal (JEF) Itinerante Fluvial, que levou serviços de cidadania a moradores ribeirinhos e indígenas ao longo do Rio Paraguai, no município de Corumbá. A iniciativa contou com a estrutura dos bombeiros para garantir logística e segurança durante os atendimentos.
Essas ações, somadas à atuação constante dos militares, reforçam a importância das bases avançadas para garantir assistência rápida e eficiente à população pantaneira. Mais do que pontos de combate ao fogo, elas se consolidam como estruturas de proteção, saúde e cidadania, fazendo a diferença no cotidiano das comunidades que vivem no coração do Pantanal.
