O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPEMS), através do Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GACEP), abriu investigação para apurar a conduta do secretário especial de Segurança e Defesa Social de Campo Grande, Anderson Gonzaga da Silva Assis. A ação foi motivada por um áudio no qual Gonzaga elogia Adolf Hitler, o líder nazista responsável pelo Holocausto, e afirma admiração por ele.
A abertura do processo se baseou na repercussão do caso nas redes e na imprensa. Segundo informações do MPEMS, o órgão também se encontra em diálogo direto com a prefeita Adriane Lopes para acompanhar o caso.
No áudio, gravado durante uma reunião com integrantes da Ronda Ostensiva Municipal (ROMU) no início do ano, Anderson Gonzaga destaca Hitler como “estrategista” e atribui à sua liderança o desenvolvimento da Alemanha como potência. Ele chegou a dizer: “Eu até admiro Hitler, porque foi um cara inteligente… Eu queria ser um terço daquele líder.”
Posicionamento de Gonzaga e alegação de má interpretação
Após a repercussão negativa, Anderson Gonzaga alegou que suas declarações foram retiradas de contexto. Segundo o secretário, o comentário surgiu como resposta a uma montagem em vídeo onde era comparado a Hitler. “Eu tentava fazer uma análise sobre a estratégia de um período histórico, sem intenção de fazer apologia,” explicou. Gonzaga lamentou o desconforto causado e disse estar à disposição para esclarecimentos.
Apologia ao nazismo: crime previsto na legislação brasileira
A legislação brasileira tipifica a apologia ao nazismo como crime. De acordo com a Lei 7.716, de 1989, que define crimes resultantes de preconceito de raça ou cor, é proibido fabricar, distribuir ou veicular símbolos nazistas, incluindo a cruz suástica, para fins de promoção do nazismo. A punição prevista para esse crime é de dois a cinco anos de prisão, além de multa.
*Com informações Vox MS