Policiais civis de Mato Grosso do Sul estão em alerta e podem iniciar uma greve devido à insatisfação com as propostas de reajuste salarial oferecidas pelo Governo do Estado. Segundo o Sindicato dos Policiais de MS (Sinpol-MS), a classe está descontente com o aumento proposto, que, segundo eles, não atende às expectativas e não cobre as perdas salariais acumuladas desde 2013, quando ocorreu a última revisão.
Além da questão salarial, os policiais dizem que enfrentam uma sobrecarga de trabalho devido à falta de pessoal. Atualmente, há um déficit de 900 profissionais, entre investigadores e escrivães, o que compromete o funcionamento das delegacias e a qualidade do atendimento à população. “Estamos negociando desde o ano passado com o governo do Estado e até agora não tivemos avanços significativos“, disse Alexandre Barbosa, presidente do Sinpol-MS. Ele criticou a postura do governador, que teria prometido, em 2016, colocar os salários da categoria entre os seis melhores do país, mas não cumpriu a promessa.
A situação se agravou após a última reunião entre o sindicato e o governo, quando foi sugerida a incorporação do auxílio-alimentação ao subsídio dos policiais. A proposta foi rejeitada pela categoria, que considera a medida insuficiente para resolver os problemas enfrentados. Além disso, os policiais contestam a concessão de um auxílio-saúde de R$ 2.000 a outras categorias, como delegados de polícia e fiscais de renda, que já recebem salários elevados.
O Sinpol-MS também planeja lançar o movimento “Cumpra-se a Lei“, que visa orientar os policiais a seguirem estritamente suas atribuições legais, sem exceder suas funções, como forma de protesto. “Não vamos fazer nada além do que está previsto em lei“, afirmou Barbosa, destacando que a categoria deu um prazo até 20 de agosto para que o governo apresente uma nova proposta.
Em resposta, a Secretaria de Estado de Administração (SAD) afirmou que aguarda uma manifestação oficial da categoria para retomar as negociações.