Corumbá, no Pantanal, é um dos três municípios que mais sofreram com os incêndios no período, ao lado de São Félix do Xingu (PA), na Amazônia, e Formosa do Rio Preto (BA), no Cerrado. O Pantanal, inclusive, foi o bioma que mais queimou proporcionalmente à sua área, com 59,2% do bioma devastado, representando 9 milhões de hectares.
Um quarto do território brasileiro já foi queimado por incêndios, revela um estudo divulgado nesta terça-feira (18) pelo MapBiomas Fogo. Entre 1985 e 2023, 199,1 milhões de hectares – o equivalente a 23% da área do país – foram consumidos pelas chamas.
Mato Grosso, vizinho de Mato Grosso do Sul, concentra quase metade da área queimada no Brasil, com 46%, segundo o estudo. O levantamento, feito por uma rede que reúne universidades, ONGs e empresas de tecnologia, também aponta que 68,4% da área atingida por incêndios era de vegetação nativa, enquanto 31,6% apresentavam indícios de atividade humana, como a agropecuária.
Cerrado e Amazônia são os biomas mais afetados, concentrando 86% da área queimada pelo menos uma vez. No Cerrado, 44% da área, ou 88,5 milhões de hectares, foi queimada, o que representa quase metade da extensão do bioma. Já na Amazônia, 82,7 milhões de hectares – 19,6% do bioma – foram consumidos pelas chamas.
O estudo revela ainda que 65% da área afetada pelo fogo entre 1985 e 2023 foi queimada mais de uma vez. Isso significa que, a cada ano, em média 18,3 milhões de hectares – área equivalente ao estado de Sergipe – são devastados por incêndios no Brasil.
Em Mato Grosso do Sul, o fogo já consumiu 338.675 hectares do Pantanal este ano, segundo o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS). A área equivale a 313,5 mil campos de futebol. Somente na Serra do Amolar, 114.97 mil hectares foram queimados entre 1º de janeiro e 16 de junho. Em comparação com 2023, quando 17.050 hectares foram queimados no mesmo período, o aumento é de 1.886%.