O homem de 28 anos apontado como autor do homicídio da menina Kauani Cristhiny Soares Rodrigues, de seis anos, confessou à polícia que tirou a criança dormindo de uma casa e a matou por vingança. A informação foi confirmada pela Polícia Civil nesta terça-feira (23). O corpo da menina foi encontrado seminu em uma vala em Mongaguá, no litoral de São Paulo. A suspeita é que ela também tenha sido estuprada antes de morrer.
Em depoimento à polícia, o homem afirmou que houve um desentendimento durante uma festa na casa onde a garota vivia e que, por isso, acabou ficando ‘revoltado’ e ‘descontrolado’. Ele não soube explicar o que ocorreu, de fato, para que a confusão iniciasse, mas disse que a discussão começou por conta do excesso de bebida.
Segundo informações da polícia, o suspeito teria carregado a criança nos braços, ainda dormindo, e a levado até a vala, onde ocorreu o homicídio. Durante novo depoimento, ele afirmou que esganou a menina e a jogou no local. Apesar de negar, a polícia afirma que há indícios de que a criança, que foi encontrada seminua, acabou sendo estuprada. Exames já foram solicitados.
Segundo o delegado titular da Delegacia de Polícia de Mongaguá, Rui de Matos, duas vítimas informaram terem sido estupradas pelo homem. De acordo com ele, a polícia só saberá se houve estupro após o resultado do exame de corpo de delito, que deverá ser divulgado ainda nesta terça-feira.
Corpo encontrado em vala
O corpo foi localizado no início da noite de segunda-feira (22), seminu, em uma vala em meio a uma região de mata às margens da avenida Sorocabana. O local fica a aproximadamente 10 quadras do imóvel em que ela morava com a mãe e o irmão, na avenida Governador Mario Covas Júnior, no Parque Marinho, onde a menina foi vista pela última vez.
O suspeito é morador de rua e foi identificado após imagens de câmeras de monitoramento, que registraram movimentação suspeita na ocasião do sumiço, na madrugada de quarta-feira (17). Quando abordado pelos investigadores, ele afirmou inicialmente que deixou a menina viva na vala, mas negou que tenha a estuprado ou ocasionado algum ferimento.
Os policiais apuraram que na noite anterior ao desaparecimento o homem esteve na residência da menina, onde ocorreu uma festa. A família de Kauani vive em um imóvel ocupado, que anteriormente era utilizado como um restaurante. Naquela madrugada, ele disse que estava bêbado e saiu do imóvel levando a menina, mas não disse o motivo.
O corpo da menina foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande, onde os exames vão determinar se a menina foi também abusada sexualmente, uma vez que estava parcialmente vestida quando foi encontrada pelos policiais na mata.
Desaparecimento e buscas
Kauani desapareceu enquanto dormia na madrugada de quarta-feira (17). Por volta das 2h, a mãe notou que a filha não estava no quarto e que a porta da frente da casa estava aberta. A residência localiza-se no bairro Parque Marinho, nas proximidades plataforma de pesca.
“Quando foi 1h, o meu outro filho começou a chorar e eu fui botar ele pra dormir comigo. Quando fui colocá-lo de volta na cama dele, às 2h, a cama da Kauani estava vazia, ela tinha sumido e a porta da frente da casa estava aberta”, relatou a mãe, que acreditava em sequestro.
Diana acionou a Polícia Militar e, desde então, familiares, conhecidos e voluntários faziam buscas pela menina pelo município. Um boletim de ocorrência de desaparecimento foi registrado no 2º Distrito Policial de Mongaguá, que passou a investigar o caso.
No domingo (21), o delegado Francisco Wenceslau, titular do 2º DP, relatou as linhas de investigação que tinham sido traçadas e revelou que cães farejadores seriam utilizados para auxiliar nos trabalhos. A equipe dele também analisou imagens de câmeras de monitoramento.