Bataguassu (MS)- Na manhã desta sexta-feira, 26 de abril, uma operação conjunta entre o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) e a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul culminou na deflagração da Operação “Jazida”. A ação teve como alvo uma empresa responsável por obras públicas na cidade de Bataguassu e visava investigar fraudes na execução de contratos de asfaltamento na rodovia Reta A1, no Porto XV.
As investigações revelaram um esquema fraudulento na extração de terra utilizada na obra. Em total desacordo com o projeto executivo e o orçamento da licitação, a empresa responsável optou por escavar e retirar terra de uma jazida irregular em uma propriedade privada próxima ao local da obra. Imagens de satélite comprovam o volume expressivo de terra extraído ilegalmente, estimando-se cerca de 14.300 m³.
A escolha por essa jazida irregular gerou um superfaturamento de, pelo menos, R$ 728.544,65 no contrato. A empresa não apenas cobrava pela terra extraída irregularmente, como também incluía no orçamento o transporte do material, como se estivesse sendo retirado da jazida regular, localizada a mais de 20 km de distância.
Ao longo da execução do contrato, a empresa solicitou diversos aditamentos, elevando o valor total para mais de 5 milhões de reais. Apesar do montante elevado, a obra ainda não foi concluída. Durante as diligências realizadas pela equipe policial, não foi constatada nenhuma atividade em andamento no local.
Para aprofundar as investigações, medidas cautelares foram solicitadas e deferidas pela justiça, direcionadas à empresa investigada e seus sócios. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos na cidade de Campo Grande, buscando elementos de prova que contribuam para o esclarecimento dos fatos.
O foco principal da operação se concentra na análise das circunstâncias da contratação da empresa pela Prefeitura Municipal de Bataguassu, buscando identificar possíveis irregularidades cometidas por servidores públicos durante o processo.
Além das buscas, foram bloqueados mais de R$ 1 milhão nas contas bancárias dos investigados e impostas restrições em cerca de 20 veículos da empresa e seus representantes, visando evitar a dilapidação do patrimônio.