Os homicídios fazem parte do cotidiano na fronteira do Brasil com o Paraguai, em Mato Grosso do Sul, esse ano, mais de 200 foram registrados na região, mais que o dobro do ano passado. Mesmo quem é acostumado a viver em meio tanta violência ficou chocou com um caso que vem sendo investigado pelas polícias dos dois países, o desaparecimento e assassinato do estudante Alex Ziole Areco Aquino.
A comoção nas duas cidades fronteiriças, Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero (Paraguai) começou com o sumiço do jovem no dia 23 de novembro. A família que vive em Ponta Porã realizou manifestações com cartazes e panfletos, e com a ajuda de amigos, intensificou as buscas na internet no intuito de encontrar Alex. Fotos do jovem foram compartilhadas em grupos de WhatsApp e no Facebook com a descrição da roupa dele no dia do desaparecimento e telefones de contato.
Mas a medida que o tempo passava a esperança de encontra-lo vivo diminuía. Na manhã do dia 5 de dezembro, 14 dias após o desaparecimento, um tambor com um corpo em avançado estado de decomposição foi achado próximo a um matagal em Ponta Porã. Investigadores e a perícia estiveram no local.
O corpo tinha as mesmas características do jovem desaparecido, sexo, tamanho e idade, o que levantou a suspeita de ser Alex. No fim da tarde do mesmo dia, a perícia confirmou que os restos mortais eram mesmo do estudante.
Porém, o drama da família Areco não chegaria ao fim. O corpo de Alex foi encontrado dilacerado e sem a cabeça. A mãe do menino, Roselaine Areco, deu declarações dizendo estar destruída e arrasada, com uma dor imensa, pedindo justiça e que seja localizado a cabeça do filho para seja feito um enterro digno.
Na tarde desta sexta-feira (6) a família decidiu não esperar mais por conta da situação avançada do corpo e decidiu sepultar Alex.
Prisões
Horas depois do tambor ser encontrado, a Policia Nacional do Paraguai prendeu duas mulheres por suspeita de matar o jovem. Um adolescente também foi apreendido. Na casa onde eles estavam, em Pedro Juan Caballero, foram encontrados pás, facões, cobertores e tapetes com sangue e um tambor similar ao que estava com o corpo.
Uma das presas é Diana Cardoso, ela e o marido, Genaro Lopes Martins, seriam os responsáveis pelo assassinato, segundo a polícia. Uma outra mulher, Denise Raquel Pimentel e o adolescente estão sendo investigados e teriam dado apoio ao casal.
Segundo a polícia, Alex foi morto por um motivo banal, ele teria se desentendido com um outro estudante na escola. O jovem reclamou com o pai, que levou a situação até o casal, que decidiu levar a vítima até o chamado “Tribunal do Crime”. Genaro se apresentou à polícia nesta sexta-feira. Ele nega participação no crime.