A solicitação de um empréstimo de R$ 64 milhões pela Prefeitura de Corumbá junto à Caixa Econômica Federal tornou-se o foco de uma investigação conduzida pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS). A averiguação visa esclarecer se a transação respeita as normas orçamentárias e realmente serve ao interesse público.
Marcelo Iunes, prefeito de Corumbá pelo PSDB, efetuou o pedido de autorização à Câmara Municipal para contratação de empréstimo visando recursos do FINISA, e a União que utilizaria o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) como garantias.
O promotor Luciano Bordignon Conte está à frente do inquérito civil que visa determinar a conformidade do empréstimo com as diretrizes fiscais e sua pertinência ao bem-estar da população.
A concessão do empréstimo foi interrompida por uma decisão judicial após uma sessão extraordinária da Câmara Municipal, que gerou controvérsia. Vereadores como Chicão Viana e Raquel Bryk obtiveram uma liminar contra a aprovação do empréstimo, argumentando que a sessão desrespeitou o regimento interno da Casa Legislativa.
Ainda conforme os vereadores, a dívida resultante da contratação, é estimada em R$ 401,8 mil mensais, e recairia sobre a administração subsequente, dado que o mandato de Iunes termina este ano e ele não concorrerá novamente.
Eles também apontaram que, no início do ano, a prefeitura já havia parcelado dívidas previdenciárias devido à situação financeira precária em que se encontra a atual administração municipal.
Outra crítica se deve ao fato do empréstimo no valor de R$ 64 milhões de reais, ter sido anunciado como um recurso importante para investimentos em obras que ao longo dos últimos sete anos de mandato do atual prefeito, ficaram esquecidas, abandonadas e demandas totalmente ignoradas pela gestão de Marcelo Iunes, mas que “tomaram corpo” com a proximidade da eleição.
Apesar não poder concorrer ao cargo, Iunes tenta, de toda forma, emplacar o seu atual secretário de Governo, Luiz Antônio (Pardal), como seu sucessor ao posto de prefeito.