O Enem PPL (Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade) será aplicado nos dias 12 e 13 deste mês em 36 unidades da Agepen/MS (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul).
Ao todo, 1.836 custodiados da Agepen estão inscritos para participarem das provas, que também serão aplicadas no estado a jovens em cumprimento de medidas socioeducativas e a presos da Penitenciária Federal de Campo Grande e do Presídio Militar, cujos números não estão inseridos.
O total de participantes este ano em presídios estaduais é 15% superior ao registrado em 2023, quando 1.589 se inscreveram, e 74%, se comparado a 2022. O número alcançado superou a meta inicial de participação para este ano, que era de 1.621 inscritos, segundo informou a chefe da Divisão de Assistência Educacional, policial penal Rita de Cássia Argolo Fonseca.
“Esse aumento é reflexo de como a instituição tem avançado nas ações de educação prisional como forma de reinserção do privado de liberdade ao convívio social, contribuindo para a redução dos índices de criminalidade”, avalia Rita, que é a responsável por coordenar as atividades educacionais voltada aos custodiados da agência penitenciária.
Somente em Campo Grande, serão 627 internos e internas em presídios estaduais realizando o exame. Além da capital, as provas serão aplicadas a custodiados em unidades de Dourados (191), Três Lagoas (156), Corumbá (105), Paranaíba (119), Bataguassu (29), Amambai (61), Aquidauana (71), Cassilândia (18), Jardim (13), Rio Brilhante (33), Ponta Porã (78), São Gabriel do Oeste (27), Jateí (26), Coxim (31), Caarapó (15), Ivinhema (4), Nova Andradina (18), Naviraí (163) e Dois Irmãos do Buriti (51).
Conforme o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o Enem PPL tem o mesmo nível de dificuldade do exame regular. É aplicado desde 2010 pelo Inep, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais).
Enem
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi instituído em 1998, para avaliar o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Em 2009, o exame aperfeiçoou sua metodologia e passou a ser utilizado como mecanismo de acesso à educação superior.
As notas do Enem podem ser usadas para acesso ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e ao Programa Universidade para Todos (ProUni). Elas também são aceitas em mais de 50 instituições de educação superior portuguesas. Além disso, os participantes do Enem podem pleitear financiamento estudantil em programas do governo, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Os resultados do Enem possibilitam, ainda, o desenvolvimento de estudos e indicadores educacionais.
Qualquer pessoa que já concluiu o ensino médio ou está concluindo a etapa pode fazer o Enem para acesso à educação superior. Os participantes que ainda não concluíram o ensino médio podem participar como “treineiros” e seus resultados no exame servem somente para autoavaliação de conhecimentos.
A aplicação do Enem ocorre em dois dias. A Política de Acessibilidade e Inclusão do Inep garante atendimento especializado e tratamento pelo nome social, além de diversos recursos de acessibilidade. Há também uma aplicação para pessoas privadas de liberdade.
Os participantes fazem provas de quatro áreas de conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias, que ao todo somam 180 questões objetivas. Os participantes também são avaliados por meio de uma redação, que exige o desenvolvimento de um texto dissertativo-argumentativo a partir de uma situação-problema.