O delegado Fernando Araújo da Cruz Junior, condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato de um boliviano em 2019, perdeu o cargo na Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. A demissão foi publicada no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira (dia 26) e assinada pelo secretário de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira.
Além dele, também foi demitido o investigador Emmanuel Nicolas Contis Leite, acusado de ser cúmplice do delegado e tentar apagar evidências do crime. Os dois foram punidos por violação de deveres e transgressões disciplinares, como agir com deslealdade, coagir ou aliciar subordinados, eximir-se ou negligenciar no cumprimento das obrigações, interceder maliciosamente, portar-se de modo inconveniente, praticar atos que comprometam a instituição ou a função policial e dar opinião ou emitir conceitos desfavoráveis aos superiores, pares ou subordinados.
O crime pelo qual o delegado foi condenado aconteceu no dia 23 de fevereiro de 2019, depois de uma briga nas eleições para presidente da associação de agropecuaristas que ocorria na Bolívia. Segundo a denúncia, o delegado esfaqueou Alfredo Rangel Weber, de 48 anos, socorrido para um hospital local e depois transferido para Corumbá.
No caminho, a ambulância foi interceptada por uma caminhonete, cujo condutor seria o delegado. Ele desceu do veículo e atirou no paciente, que morreu no local. O investigador Emmanuel teria auxiliado o delegado a apagar vestígios do crime e a coagir testemunhas.
Fernando negou a autoria do homicídio, mas foi julgado e condenado pelo Tribunal do Júri em junho deste ano. Ele respondeu por homicídio doloso duplamente qualificado, coação a testemunha e fraude processual. Delegado de segunda classe, Fernando recebia um salário de R$ 25.539,98
Há imagens dos dois policiais juntos em um estabelecimento comercial de uma testemunha do caso.
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Frase chave foco: Delegado condenado por homicídio na Bolívia