Corumbá (MS) — A chefia de segurança do Estabelecimento Penal Masculino de Corumbá, frustrou a tentativa de entrada de drogas na unidade prisional nesta quarta-feira, 11 de outubro.
Conforme o boletim de ocorrência a que o Folha MS teve acesso, relata que a suspeita é de que uma agente penal que trabalhava no recebimento dos pertences dos presos, encaminhados por familiares, tenha tentado facilitar a entrada da droga que tinha como destino um interno do pavilhão III.
Segundo o relato do chefe de equipe da Polícia Penal, a suspeita surgiu quando ele observou a policial penal sinalizar com a mão reforçando uma determinada sacola para os internos que a auxiliava no transporte e entrega das mesmas da portaria até os destinatários. Ele achou estranho o gesto, pois as sacolas já estavam etiquetadas com o referido nome dos internos que iriam recebê-las.
O chefe de equipe, então, decidiu revistar as sacolas no portão de acesso ao pavilhão I, onde estava o carrinho com os pertences. Ele contou com a ajuda de outro policial penal para fazer a checagem. Foi quando encontraram um tablete de substância análoga à pasta base de cocaína e outras duas porções menores da mesma droga misturadas com sabão em pó em uma sacola identificada com o nome de um interno.
Os presos que auxiliavam a policial penal, negaram saber o conteúdo das sacolas e disseram que apenas pegaram e realizariam a entrega aos destinatários. O interno, que constava como destinatário das sacolas, também afirmou nada saber sobre o material ilícito, mas foi encaminhado preventivamente para a cela disciplinar devido à identificação da sacola.
O chefe de equipe comunicou o fato ao diretor da unidade penal, que orientou a realização dos procedimentos necessários e uma nova oitiva do interno identificado como destinatário da sacola.
Novamente questionado sobre o material ilícito que havia entrado na unidade penal com o seu nome, ele relatou que outro interno pediu ao mesmo que recolhesse o entorpecente em seu nome, afirmando que seria sua esposa quem teria entregue no estabelecimento a sacola com a droga.
Ainda segundo informações do boletim de ocorrência, a policial penal foi identificada pela chefia como a responsável nesta data, pela mesa de revista aos pertences que adentravam na unidade e cumpria hora extra no momento do flagrante.
A chefia relatou ainda que a caligrafia utilizada para identificar a sacola com o nome do interno se equipara, supostamente, com a caligrafia usual da Policial Penal, conferida no livro de controle da portaria do presídio.
Diante dos fatos, o caso foi registrado na 1ª DP de Corumbá para serem apuradas e adotadas as medidas cabíveis. O registro informa ainda o encaminhamento apenas dos internos mencionados no caso, sem a presença da agente, pois a mesma concluiu seu horário de trabalho antes da apresentação da ocorrência policial na unidade policial.
A reportagem entrou em contato com a AGEPEN, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.