A inserção do jiu-jitsu nas escolas da Rede Municipal de Ensino (Reme) está sendo apontada como uma importante ferramenta para a formação e desenvolvimento das crianças em Corumbá. O assunto foi amplamente debatido na última sexta-feira, 27, à noite, durante uma audiência pública na Câmara Municipal, por meio de uma iniciativa do vereador Chicão Vianna.

O encontro resultou um minucioso diagnóstico dessa arte brasileira que faz sucesso nos Emirados Árabes, lançado recentemente na rede de ensino do Estado do Rio de Janeiro, que vai enriquecer um novo Projeto de Lei do próprio vereador Chicão, juntamente com os vereadores Haroldo Cavassa, André da Farmácia e Cristóvão Contador, avalizados pelos mestres e faixas pretas Manoel João, Guigui, Rogério, Jairo, Hulk, Bug, Paulinho e Thiago Sabatel.

“Vamos retirar o Projeto de Lei que está em tramitação na Casa e entraremos com um novo, mais rico, em parceria com os vereadores que participaram da audiência junto com a gente, e apoiado pelos mestres e faixas pretas de jiu-jitsu que enriqueceram o encontro com depoimentos, mostrando a importância dessa arte para a formação e o desenvolvimento da criança”, explicou Chicão no encerramento da audiência, citando que vai também apresentar um Projeto de Lei criando o ‘Dia do Jiu-jitsu’ para ser celebrado sempre em 1º de outubro.

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A audiência

A audiência foi proposta por Chicão como forma de debater a inserção do jiu-jitsu nas escolas da Rede Municipal, antes da votação do Projeto de Lei apresentado por ele, que será retirado substituído por outro com “conteúdo mais rico de informações”.

Com direito a plenário praticamente lotado principalmente por pessoas ligadas ao esporte, entre mestres faixas pretas, pais e crianças principalmente, que já praticam o jiu-jitsu (estavam inclusive com quimonos), todos favoráveis à inserção dessa arte nas escolas corumbaenses.

O início foi marcado por depoimentos de mestres corumbaenses que fazem sucesso no exterior, ou mesmo em outras cidades brasileiras, como Guto Torales, Pedro Paulino, Taedes Oliveira, entre outros, todos mestres nos Emirados Árabes, ensinando essa arte para crianças, jovens e adultos.

“O jiu-jitsu salva vidas, educa, afasta das drogas. É importante para o desenvolvimento das crianças e será primordial nas escolas públicas”, firmou o médico, cirurgião atuante em Corumbá, faixa preta e professor de jiu-jítsu Manoel João da Costa Oliveira, pai de Ariadne, Célia e Taedes, todos mestres nos Emirados Árabes, e João Lucas que segue o mesmo caminho.

Manoel João é mestre de jiu-jítsu há 25 anos. Além da sua academia, atua também em um projeto da Prefeitura que atende dependentes de drogas. “Na própria academia temos um projeto que trabalha com crianças de rua, envolvido com drogas. O jiu-jítsu contribui inclusive na recuperação de crianças e adultos das drogas”, enfatizou. Ele atua nessa área há 12 anos.

Arte completa

Outro mestre que participou da audiência foi Guilherme Provenzano Giovanni (Guigui). Lembrou que o jiu-jítsu ao entrar no Brasil, passou por transformações e se tornou no único esporte nacional brasileiro. “Não é só uma arte marcial, é muito mais que isso. O jiu-jítsu faz a pessoa aprender valores, se transformar. É um esporte que muda as condições de vida do ser humano”, ressaltou.

Guigui classificou essa arte marcial como uma ferramenta importante para ser inserida nas escolas, como um “esporte que pode ser preventivo já que estimula o raciocínio, humildade, concentração, equilíbrio, amizade, entre outros”, acentuou, citando que será importante para a saúde das crianças e para o aprendizado.

A audiência contou ainda com depoimentos também de Stefhano Lima, que representou a Fundação Municipal de Esportes de Corumbá (Funec), e dos mestres Rogério Caldeira, Jairo, Hulk, Bug, Paulinho e Thiago Sabatel, além dos vereadores André da Farmácia, Cristóvão Contador e Haroldo Cavassa.

Todos acreditam que a inserção na Rede de Ensino do Município, além de formar campeões, vai permitir também formar pessoas vitoriosas na vida, preparadas para o futuro, com responsabilidade.