Campo Grande (MS)- O Tribunal do Júri de Campo Grande condenou, na noite desta quarta-feira (19), Jamil Name Filho, o herdeiro do clã Name, a 23 anos e seis meses de prisão pelo assassinato do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, em 9 de abril de 2019, no Bairro Bela Vista. Esta é a primeira condenação de um integrante do clã Name por crimes de pistolagem.
Segundo a acusação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, Jamil Name Filho foi o mandante do crime, que teria sido motivado por uma disputa por um terreno. O ex-guarda municipal Marcelo Rios, que foi preso com um arsenal de armas na Operação Omertá da Polícia Civil, foi condenado a 22 anos e seis meses de prisão pela execução do garoto no portão de casa. Vladenilson Daniel Olmedo, que teria intermediado o contato entre Jamil Name Filho e Marcelo Rios, recebeu uma pena de 21 anos e seis meses.
O julgamento durou três dias e foi marcado por depoimentos contraditórios, provas técnicas e protestos dos familiares e amigos da vítima. A defesa dos três acusados negou a participação no crime e alegou falta de provas. Os advogados anunciaram que vão recorrer da sentença.
O juiz Aluizio Pereira dos Santos, titular da 1ª Vara do Tribunal Júri, determinou que os réus cumpram a pena em regime fechado. Jamil Name Filho está preso desde setembro de 2019 na Penitenciária Federal de Mossoró (RN), acusado de integrar uma organização criminosa envolvida em outros homicídios.
Um dos indícios da ligação de Jamil Name Filho com o crime foi uma interceptação telemática em que ele conversa com sua ex-mulher e diz: “a matilha é minha”; “vai ser a maior matança da história de MS: de picolezeiro a governador”. Durante o julgamento, ele admitiu ter escrito a frase, mas disse que estava sob efeito de Frontal (alprazolam) com cerveja.
A condenação de Jamil Name Filho pode não ser a última. Ele ainda é apontado como mandante de outros dois assassinatos: o do policial civil aposentado Ilson Martins Figueiredo, em junho de 2018, e o do empresário Marcel Colombo, o Playboy da Mansão, em novembro de 2018. Ambos os casos ainda aguardam julgamento.