Corumbá, a maior cidade pantaneira de Mato Grosso do Sul, foi o município que mais perdeu habitantes no estado na última década, segundo os dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população corumbaense caiu de 103.703 em 2010 para 96.268 em 2022, uma redução de 7.435 pessoas ou 7,14%.
A queda populacional de Corumbá foi a maior em números absolutos entre os 48 municípios do estado que tiveram redução no período. Em termos percentuais, Corumbá ficou em sexto lugar, atrás de Porto Murtinho (-15,81%), Pedro Gomes (-13,62%), Jateí (-10,60%), Anaurilândia (-9,89%) e Nioaque (-7,53%).
Entre as principais causas do êxodo corumbaense, estão a falta de empregabilidade, escassez de cursos de formação profissional, falta de infraestrutura e saúde.
Famílias inteiras migram da cidade que fica na fronteira com a Bolívia em busca de melhores oportunidades de emprego, uma vez que a cidade há tempos, não possui uma política pública atrativa para chegada e abertura de empresas que gerem de fato empregos e renda.
Neste quesito, a população basicamente possui poucas alternativas de trabalho que se concentram na área de mineração e turismo, este último, ainda longe de ser bem explorado pelo poder público como uma vocação natural da região que concentra a maior porção do bioma pantaneiro no Brasil.
A falta de uma oferta mais ampla de cursos de formação superior, técnica e até profissional, também é visto como um fator determinante para o grande número de jovens que deixam a cidade.
Na área da Saúde, o setor que mais sofre com a falta de gestão, obriga pacientes a migrarem para Capital do Estado em busca de atendimento especializado.
A distância de mais de 400 quilômetros até Campo Grande, faz com que, pessoas que precisem de um atendimento mais recorrente e tratamento de maior complexidade, não ofertados na cidade, optem por se mudar para poder cuidar da saúde.
Em crescimento
Em contrapartida, alguns municípios tiveram crescimento populacional acima da média estadual, que foi de 8,63%. O destaque foi Dourados, a segunda maior cidade do estado, que aumentou seu contingente de 196.035 para 243.368 habitantes, um acréscimo de 19,67% ou 1,78% ao ano. O prefeito Alan Guedes (Progressistas) atribuiu esse resultado ao dinamismo da economia local, baseada na agroindústria, no comércio e nos serviços, além da oferta de educação superior e de saúde.
O município que teve a menor variação populacional foi Cassilândia, com um aumento de apenas 0,1%. A cidade passou de 20.966 para 20.988 habitantes em dez anos, um acréscimo de 22 pessoas ou 0,01% ao ano. O prefeito Jair Boni (PSDB) disse que a estagnação se deve à falta de incentivos fiscais para atrair novas empresas e à concorrência com municípios vizinhos mais desenvolvidos.
O Censo
O Censo Demográfico é realizado pelo IBGE e tem como objetivo retratar as características socioeconômicas e demográficas da população brasileira. Os dados são usados para o planejamento público e privado e para a distribuição dos recursos do Fundo de Participação dos Estados e dos Municípios (FPE e FPM).