Mato Grosso do Sul se prepara para enfrentar mais um período crítico de estiagem, que traz consigo a preocupação com os recorrentes incêndios florestais. Com baixos índices de umidade relativa do ar indicando a aproximação dessa época desafiadora, os bombeiros do estado estão se adiantando em ações preventivas para evitar a destruição de milhões de hectares de matas.
A tenente-coronel Tatiane Dias de Oliveira, chefe do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros, destaca que o Comando está atuando nos três biomas do estado, intensificando esforços para antecipar-se ao período crítico das queimadas. Mesmo durante os períodos chuvosos, mas com a expectativa de estiagem próxima, duas equipes percorrem propriedades, especialmente na região do Pantanal, oferecendo capacitação e promovendo ações preventivas.
À medida que o pico de estiagem se aproxima em junho, cerca de 1.500 militares estão engajados no trabalho de educação ambiental e capacitação em técnicas de combate a incêndios e legislação. Além disso, estão prontos para agir em casos de emergência relacionados ao controle das chamas. O grupo conta com o apoio de duas aeronaves e outros equipamentos essenciais para desempenhar suas funções.
Seca extrema
Desde a primeira semana de maio, cidades de Mato Grosso do Sul são frequentes na lista de municípios com menores índices de umidade relativa do ar em todo o País. Na quarta-feira (17), diversos municípios entraram em estado de alerta e Três Lagoas teve o percentual mais crítico de toda a região Centro-Oeste.
Já na sexta-feira (19), Costa Rica foi a décima cidade do Brasil com tempo mais seco, com percentual em 22%, considerado índice de perigo. Conforme o meteorologista Natalio Abrão, não há previsão de chuva para o Estado até o final de maio.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o ideal para saúde humana é umidade do ar entre 50% e 80%, índices entre 20% e 30% são considerados estado de atenção e abaixo de 10% clima de deserto.
Queimadas em MS
Boletim de Monitoramento de Incêndios Florestais, divulgado pelo Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul), aponta que em 2022 o Estado registrou 2.368 focos de calor. Apesar de permanecer o alerta, no comparativo com o ano passado a situação é favorável.
Conforme o documento, em 2021 foram 9.377 focos de calor detectados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), portanto, queda de 74,7% em um ano.
O bioma que mais sofreu com os focos de calor e teve mais hectares queimados, em 2022, foi o Cerrado. O ecossistema teve 407.845 hectares queimados no ano passado e registro de 973 focos de calor.
Em 2021, o Pantanal sofreu com a devastação. Naquele ano, foram 1.389.375 hectares destruídos, enquanto esse número teve uma redução expressiva de 82,2% em 2022: 246.925.