Corumbá (MS)- O Corumbaense Futebol Clube, time mais antigo da Região Centro-Oeste em atividade, tem uma história de glórias e dificuldades no futebol profissional. O Carijó da Avenida, como é conhecido, conquistou dois títulos do Campeonato Sul-Mato-Grossense e um título da Série B estadual, mas também acumulou dívidas e problemas financeiros levou o clube a inatividade que se perdura até hoje.
Neste ano, o Corumbaense tenta voltar à elite do futebol sul-mato-grossense, mas enfrenta obstáculos dentro e fora de campo. Um deles é a falta de recursos para financiar o clube na participação da série B do Estadual.
Promessas sem fundamento
Na véspera da decisão se vai ou não participar da competição, o uso político do esporte na cidade vem movimentando o assunto.
Burburinhos e promessas feitas a dirigentes de que a prefeitura irá apoiar o retorno do clube, soam mais como um embuste e promessas sem fundamento.
E o motivo é simples, por lei, o prefeito Marcelo Iunes não pode destinar verbas para o Corumbaense, pois não previu e nem alocou o recurso no orçamento enviado para aprovação do poder legislativo no ano passado. Para viabilizar o dinheiro público agora, ele precisaria do aval da Câmara Municipal, mas isso levanta uma questão: em meio à grave crise financeira que Corumbá enfrenta, problemas estruturais na saúde e infraestrutura urbana, de onde sairia o dinheiro para pagar a conta do futebol?
Dividas
Além disso, o Corumbaense ainda tem pendências com fornecedores locais e com ex-funcionários e jogadores, que movem ações trabalhistas contra o clube. Recentemente, parte da sede social do clube, localizada na Avenida General Rondon, precisou ser alugada para evitar que o patrimônio inteiro do clube centenário fosse a leilão.
Patrocínio só se for sem “atravessadores”
Diante desse cenário, os diretores do Corumbaense são contra colocar o clube em uma nova e arriscada aventura, sem garantias financeiras e sem uma estrutura adequada. Os torcedores também estão divididos entre apoiar a participação do time nas competições ou preservar a saúde financeira e patrimonial do clube. Alguns suspeitam que a iniciativa de colocar o Corumbaense em campo seja apenas uma jogada política, sem compromisso com a sustentabilidade do futebol profissional na cidade.
O barulho feito por políticos fora de campo, pode não dar em nada já que diretores mais experientes já deixaram claro que o projeto só vai ganhar forma e o time só entra em campo este ano se empresas interessadas em apoiar financeiramente, assinarem contratos diretamente com o Clube.
A ideia é eliminar a participação de atravessadores ou intermediários. A estratégia visa ainda impedir que o Clube seja usado para fortalecer projetos políticos. Sem profissionalismo e sem uma política eficiente para o esporte, é provável que vamos continuar fora também da elite do futebol por mais algum tempo.
O Corumbaense tem até o dia 15 de maio para confirmar sua inscrição na série B do Estadual, que deve começar em julho. Até lá, o clube terá que resolver seus problemas internos e externos para decidir se entra ou não em campo.