Nesta quinta (30) e sexta-feira (31), o ´Programa Plataforme-se´, desembarca em Corumbá com o ´Circuito Plataforme-se´, uma mostra de obras cênicas (danças e performances) em espaços urbanos e alternativos; tudo gratuito para a população. O projeto está sendo realizado com o incentivo do Fundo de Investimentos Culturais de Mato Grosso do Sul (FIC), da Fundação de Cultura de MS (FCMS), do Governo do Estado de MS.
Idealizado pelos artistas da dança Jackeline Mourão e Ralfer Campagna, o ´Programa Plataforme-se´ é um espaço de criação, experimentação e difusão da dança que surgiu em 2017, com o interesse inicial de pesquisar as relações entre corpo-dança, câmera e cidade. A partir desta iniciativa foram criados o espetáculo-intervenção ´Deriva´, três videodanças resultantes, a ´Mostra CTA – Corpos Transeuntes em Ação´ e a série ´Fronteiras´ (em que artistas locais e de várias regiões do Brasil, performam a cidade e suas histórias de vida).
“Completamos cinco anos de atuação em 2022, assim, nesta edição apresentamos mais um desdobramento das ações, dessa vez com a participação de quatro artistas de Campo Grande: eu, Ralfer Campagna, Reginaldo Borges e o Febraro de Oliveira. Nas ações fazemos performances sozinhos, juntos e/ou combinados com espetáculos/intervenções”, conta a idealizadora Jackeline.
Intercâmbio e Mostra de Videodanças
A programação começa na quinta-feira (30), às 16h30, com um intercâmbio entre os artistas da dança Jackeline Mourão e Ralfer Campagna, o poeta e escritor Febraro de Oliveira e a Cia de Dança do Pantanal, de Corumbá. Depois, às 19 horas, será realizada uma Mostra de Videodanças, no Instituto Moinho Cultural, aberta ao público.
Mostra de Danças e Performances
Na sexta-feira (31) o ´Plataforme-se´ traz apresentações de espetáculos de danças e performances em diversos cantos da cidade. A partir das 9h, na Feira (próxima ao Poliesportivo), o poeta e escritor Febraro de Oliveira, realiza a performance ´Reclame o seu amor aqui´. Um performer, em sua relação com a cidade, propõe uma revisitação histórica em praças públicas, ruas e casas. A partir da música ´Melodia Sentimental´, de Heitor Villa-Lobos, cantarolada pelo performer, ele perpassa lugares com um cavalete escrito “Reclama o seu amor aqui”. Ao encontrar um lugar para se sentar, ele permanece no mínimo duas horas sentado, esperando. O performer se posiciona na escuta, onde quem vem ali tem o direito ao despejo.
No período da tarde, às 16 horas, Jackeline Mourão e Ralfer Campagna, encenam o espetáculo-intervenção ´Deriva´ na Praça da República. Em ´Deriva´, os dois intérpretes-criadores (peregrinos e conterrâneos) movimentam-se ora em sincronia, ora não; ora livres, ora sob comandos. Os intérpretes-criadores delimitam superfícies na amplidão do pensar contemporâneo. Sugerem interatividade com ironia e dialogam sobre o sufocamento das ideias com paixão. Sentidos que se chocam e se conectam nesse emaranhado de possibilidades que é a cidade humana e o humano cidade. Mostram Contrastes. Demarcação, mapeamento, invasão. Liberdade, fluidez, interatividade… Motivação.
Em seguida, às 16h30, a Cia de Dança do Pantanal apresenta o espetáculo ´Migrantes´ no Terminal de Ônibus, na rua Antônio Maria Coelho (antigo transbordo). De quantos mediterrâneos são feitos nosso mundo? Alguns gigantescos, ganham força e voz nas notícias de jornais. Outros tão minúsculos que só cabem nas pegadas que deixam em nossas frentes. Uns visíveis, geram comoções e empáticas manifestações. Outros tão pálidos, que apenas os abandonos verbais podem alcançá-los.