Um manifesto encabeçado por economistas e cientistas políticos renomados defende a ideia, lançada a debate público pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que a taxa de juros no Brasil, em 13,75%, em está um nível acima do necessário.
O documento conta com as assinaturas de nomes como o ex-ministro da Fazenda Luis Carlos Bresser-Pereira e o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho.
As economistas Leda Paulani e Monica De Bolle reforçam o texto, assim como Nelson Marconi, professor da FGV e coordenador do programa de governo de Ciro Gomes em suas candidaturas à Presidência em 2018 e 2022.
Antonio Correa de Lacerda, Clélio Campolina, Paulo Nogueira Batista Jr. E Lena Lavinas são outros nomes que aparecem com destaques.
O texto foi publicado como um abaixo-assinado na plataforma Change.org. Tinha 917 assinaturas até a manhã deste sábado (11.fev).
O conteúdo argumenta que a “superação dos desafios brasileiros só pode ser alcançada com uma nova política econômica” e que a “razoabilidade da taxa de juros é uma condição indispensável”. De acordo com esses economistas, “os investimentos perderão para as aplicações financeiras e as remunerações do trabalho e da produção vão perder para a especulação” caso a taxa de juros não seja reduzida rapidamente.
“A taxa de juros no Brasil tem sido mantida exageradamente elevada pelo Banco Central e está hoje em níveis inaceitáveis. O discurso oficial em sua defesa não encontra nenhuma justificativa seja no cenário internacional ou na teoria econômica e o debate precisa ser arejado pela experiência internacional”, diz o texto. “Os economistas signatários deste manifesto declaram publicamente o apoio a uma política que seja capaz de reduzir substancialmente a taxa de juros, propiciando as condições para a retomada do desenvolvimento com estabilidade sustentável”, conclui o documento.
Veja o manifesto na íntegra aqui.
O Banco Central passou a ser criticado mais fortemente pelo presidente Lula e seus aliados depois que manteve a taxa de juros inalterada na última decisão de política monetária, no início deste mês, e sinalizou que não pretende fazer cortes tão cedo. Os ataques viraram objeto de debate, com economistas de escolas de pensamento diferentes divergindo sobre o assunto.