Embora diga ser o “representante” do Presidente da República Jair Bolsonaro (PL), o candidato a governador do Estado, capitão Contar (PRTB), tem aceitado apoio vindo da ala que defende o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto pelos próximos quatro anos.
Tanto que, nesta reta final de campanha, vídeos com declarações de votos em ambos e até mesmo adesivos com Contar e Lula têm sido vistos em carros que circulam por Mato Grosso do Sul.
“Nós vamos apoiar ele, o capitão Contar pro governo, mas pra presidente realmente felizmente nós temos que apoiar o Lula porque nós assumimos compromisso e não vamos voltar atrás.”, disse o ex-cacique de uma comunidade indígena em Naviraí, a 358 quilômetros de Campo Grande, Bento Hara.
Apertando a mão de Contar, continuou falando. “Deus nos abençoe e que vença o melhor para presidente”. O candidato inicialmente permaneceu em silêncio, depois agradeceu e pediu uma salva de palmas para selar o apoio.
Políticos com mandatos ativos, como o vereador e presidente do Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande) Marcos Tabosa, que anunciou saída do PDT há alguns dias justamente por ser contrário à extrema-direita, também uniram os nomes de Lula e Contar.
Furada
Para o presidente do PT sul-mato-grossense, Vladimir da Silva Ferreira, a estratégia não trará resultado ao capitão nas urnas.
“É por conta da forma como o segundo turno se desenhou, algumas pessoas realmente nos procuraram para pegar adesivo (do Lula) e vão votar no Contar, mas são casos pontuais, esporádicos, porque a maioria (dos petistas) prefere votar nulo a voltar nele, então será um caso ou outro”, disse.
A reportagem entrou em contato com Contar para falar sobre a união de seu nome ao de Lula, mas até a publicação desta matéria não houve retorno.