Corumbá (MS)- Mais uma vez a população corumbaense é penalizada devido a má gestão dos recursos públicos destinados ao único Hospital Público credenciado pelo SUS na região Pantaneira.
A situação que já não é boa para quem precisa realizar procedimentos simples dentro da unidade, fica ainda pior, nos casos em que os pacientes necessitem de alguma intervenção mais urgente e consequentemente a transferência para Campo Grande.
Como se não bastasse a ausência de atendimento emergencial em diversas áreas de especialidades, quem depender de uma remoção por transporte de UTI aéreo ou terrestre, irá precisar contar literalmente com a proteção divina.
Na área em que profissionais são unânimes em afirmar que cada minuto é um diferencial para determinar se um paciente vive ou morre, a atual administração municipal demonstra mais uma vez a sua incompetência para gestão de saúde.
Como em outras diversas ocasiões, a falta de pagamento, ou seja, literalmente o calote dado pela Santa Casa em um dos principais prestadores de serviço de transporte médico especializado, está suspenso.
Com o acumulo de uma dívida superior a R$ 400 mil reais, a Amapil, notificou a Santa Casa de Corumbá que, não terá mais como atender a unidade de saúde devido o descumprimento de acordo realizado entre a Gestão Hospitalar, até então comandada pela junta interventora indicada pelo Prefeito Marcelo Iunes e a empresa responsável pelo serviço.
Má gestão de recursos
Apesar de ser a terceira cidade em arrecadação de impostos, receber repasses oriundos do Governo Federal , Estadual e ter recebido mais de R$ 30 milhões de reais em um período de dois anos, supostamente para ser aplicado no combate e compensação pelas perdas ocasionadas pela Covid-19, a administração municipal não dispõe de uma ambulância sequer, capaz de realizar minimamente o transporte de pacientes graves, porém, estabilizados para Capital do Estado por meio terrestre.
Esta não é o único serviço que deixa de ser prestado para população devido a ausência de pagamento dos serviços prestados para Santa Casa de Misericórdia de Corumbá.
Em fevereiro deste ano, o setor de ortopedia da unidade que é composta por profissionais médicos que prestam serviços de forma autônoma, suspenderam os atendimentos não emergenciais após relatarem estar há dois anos sem pagamento pelos serviços realizados na unidade.
Até para empresa responsável pela gestão do cartão corporativo fornecido aos servidores para compra de alimentação, a antiga administração da Santa Casa deu calote, o serviço foi suspenso e o caso denunciado pelo sindicato à Polícia Federal.
Troca de Comando
Após anos de denúncias feitas por médicos e profissionais da saúde que atuam na unidade, relatando a má gestão por parte da junta interventora que administrava o local até meados de abril, e que era nomeada até então, exclusivamente pela Prefeitura de Corumbá, o Ministério Público Estadual sugeriu a troca da administração da junta e uma nova composição com representantes técnicos indicados pelo Município de Corumbá (1); Município de Ladário (1); Estado de Mato Grosso do Sul (1).
Falta Transparência
Neste mês de maio, o Ministério Público Estadual abriu um inquérito para apurar a insistente omissão de informações por parte da Prefeitura Municipal e da Junta Interventora que administrava a unidade, referente aos investimentos realizados com os recursos recebidos para combate da Covid-19.
Cabe ressaltar ainda que, o hospital de caridade já havia recebido uma recomendação do Ministério Público Federal, e que até o momento não foi cumprida, para que promovesse a instalação de um portal da transparência.