Corumbá (MS)- Passando por um verdadeiro caos, o sistema público de saúde em Corumbá, tem sido nos últimos dias, alvo de duras críticas por parte da população que segue em busca de atendimento nas duas únicas unidades de emergência na cidade.
Conforme já mostrado em reportagens do Folha MS nesta semana, tanto no pronto-socorro municipal como na UPA do bairro Guatós, a população tem enfrentado espera superiores a quatro horas para atendimento médico.
Em muitos casos, pacientes voltam para casa sem terem sido atendidos. Além da demora ocasionada pelo baixo número de profissionais médicos em atendimento nas unidades, a procura tem gerado aglomeração de pessoas que reclamam da falta de uma divisão no atendimento, já que pacientes com sintomas de síndrome gripal e de Covid-19 dividem o mesmo espaço dos demais atendimentos.
Sem ter estado presencialmente em nenhum momento nas unidades de saúde do município para verificar as reclamações dos munícipes, o prefeito Marcelo Iunes, em entrevista a uma rádio local, disse que a grande concentração de pessoas nas unidades se dava por conta de que muitos dos caos, poderiam ser atendidos nas unidades básicas de saúde da família (UBSF).
No entanto, nesta quarta-feira, 29 de dezembro, o vereador Chicão Vianna (PSD), denunciou através das suas redes sociais, a falta de médicos nas UBSF da cidade que segundo ele, estaria ocorrendo porque os profissionais estariam de recesso.
Chicão contestou a versão apresentada por Iunes no programa de rádio e mostrou que mesmo que quisessem, ao procurar as unidades de saúde da família como recomendou o prefeito, não seria possível a população ser atendida devida a falta de médicos.
“O que quero mostrar aqui não é que os médicos não tenham o direito de tirar férias ou entrar de recesso. Pelo contrário, o que eu questiono, é a falta de planejamento da Secretaria de Saúde e da prefeitura que, mesmo sabendo da escala dos profissionais, não tomou providências para substitui-los. E o pior, no meio de um momento tão delicado, com doenças em circulação causando filas na porta do hospital. E mesmo sabendo que não tem médico, o prefeito ainda manda as pessoas procurarem as unidades de saúde. Ou é total falta de conhecimento da gestão do município ou má fé”, afirmou o parlamentar.
A falta de profissionais médicos foi confirmada pelo próprio secretário de saúde, Dr. Rogério Leite, em entrevista concedida na manhã de terça-feira (28), à TV Morena. Na ocasião, o secretário ainda afirmou que o problema não é novidade e já perdura mais de quatro anos, e que a secretaria tenta suprir a demanda através de processos simplificados para contratação de médicos, mas que esbarra no baixo número de interessados em prestar o serviço na cidade.
Desde o último final de semana, um surto de síndrome gripal tem levado centenas de pessoas a procurarem atendimento médico de urgência nas unidades de pronto atendimento do município.