Com um decreto em vigor estabelecendo situação de emergência ambiental em todo o Mato Grosso do Sul, o Corpo de Bombeiros já trabalha em um Plano de Prevenção e Combate aos Incêndios que vai traçar estratégias, preparar equipes e fazer o reconhecimento das áreas por terra, água e ar. A instituição também está fazendo um trabalho de prevenção e conscientização, para evitar as queimadas nas áreas urbanas e nas propriedades rurais.
Uma das maiores preocupações com o período de seca são os incêndios que tomam proporções descontroladas, podem devastar a vegetação e matar animais, principalmente na região do Pantanal. No passado, o bioma teve quase 30% de seu território queimado, uma área de 4,344 milhões de hectares. Desse total, 2,399 milhões de hectares correspondem à devastação no Estado do Mato Grosso e 1,944 milhão de hectares a Mato Grosso do Sul.
Pensando em medidas preventivas, o Governo do Estado irá investir R$ 53 milhões em infraestrutura, com aquisição de equipamentos e até a publicação de um edital para compra de uma aeronave preparada para combater incêndios.
Prevenção
De acordo com o Sargento Jahn, do 5º Subgrupamento de Bombeiros (SGBM) de Coxim, os incêndios nas propriedades rurais são maiores e exigem mais atenção na questão ambiental e, nesse sentido, o Corpo de Bombeiros orienta que seja feito o trabalho de prevenção por parte dos produtores, que são os aceiros ao longo das propriedades.
“É importante que o fazendeiro já trabalhe com essa ideia porque ele sabe que nesta época o incêndio acontece. Então, é preciso ter uma atenção redobrada agora, para que nos meses de julho e agosto, quando se intensificam os números das queimadas, o trabalho feito lá no início, que é a realização dos aceiros, ajude a diminuir o alastramento desse fogo”.
De acordo com Eduardo Ferreira Coutinho, coordenador das atividades rurais do Sindicato Rural de Coxim, nesta época do ano muitos produtores já realizam o aceiro. “Muitos têm maquinário próprio e já realizaram o trabalho de prevenção na sua propriedade e os que não têm maquinário emprestam dos que têm. Eles sempre fazem esse trabalho em conjunto, estão sempre em contato realizando esse trabalho de cuidado e prevenção”, explica.
Queimadas e Saúde
A prática das queimadas em terrenos urbanos causa danos maiores ainda à população, pois afeta diretamente a saúde das pessoas, principalmente crianças, idosos e aqueles com problemas respiratórios. Por conta da pandemia, a gravidade é ainda maior.
O Sargento Jahn reforça que se as pessoas tivessem conscientização do agravamento dos problemas de saúde que a fumaça das queimadas traz, fariam a limpeza dos terrenos de outra forma, sem colocar fogo.
“As queimadas que acontecem nas cidades, mais de 90% são causadas por pessoas que querem se livrar de lixo e animais peçonhentos. Porém, é a fumaça que agrava a saúde das pessoas. Percebemos um aumento considerável nos atendimentos com pessoas que têm problemas de saúde pulmonar e rinite e consequentemente os hospitais têm aumento para esse atendimento”, finaliza.