Um dos chefões históricos na região de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero e alvo de uma das fases da Operação Omertà, acusado de ser o mandante de execuções e que estava foragido desde o ano passado, Fahd Jamil se entregou à polícia na manhã desta segunda-feira (19), em Campo Grande.
Ele tinha um mandado de prisão em aberto e chegou na manhã de hoje, em um avião, desembarcando no Aeroporto Santa Maria, onde equipe do Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro (Garras) o aguardava.
A apresentação foi negociada entre o advogado do acusado e a polícia. Segundo o advogado de Fahd, Gustavo Badaró, a defesa aguarda o julgamento de um recurso em habeas corpus no Superior Tribunal de Justia (STJ).
“Nesse período, o estado de saúde dele veio se debilitando ainda mais, porque ele não tinha condição de fazer o acompanhamento médico que ele necessitava e, diante da ausência de previsão de quando esse recurso pudesse ser julgado em Brasília, nós optamos para que ele se apresentasse”, disse.
Ainda segundo o advogado, Fahd Jamil tem problemas de saúde e necessita de tratamento médico contínuo e, por este motivo, será feito um pedido de prisão domiciliar.
“Aguardamos que seja feito o mais rápido possível uma perícia, para constatar o estado de saúde dele além dos documentos médicos que nós juntamos, que eram dos médicos particulares que o acompanhavam antes da decretação da prisão, e aí esperamos conseguir comprovar a necessidade de que a prisão domiciliar seja concedida”, explicou.
Badaró disse que Fahd não tem um pulmão e, por isso, tem capacidade pulmonar muito reduzida, fazendo tratamento contínuo de oxigenioterapia, que é a necessidade de oxigênio por equipamentos.
“Indagamos a Agepen oficialmente, por meio de um ofício, se haveria algum estabelecimento que teria condição desse tratamento ser cumprido no estabelecimento penitenciário, foi dito que não. Então agora, diante da apresentação dele, nós queremos que tão logo seja realizada a perícia, formular o pedido agora com a perícia oficial para que seja concedida a prisão domiciliar para ele”, afirmou.
Carta aberta
Em carta aberta divulgada hoje pela defesa, Fahd Jamil alega que além de isodo e doente, vive sob perseguição de criminosos, sendo sustentado pelos filhos.
Ele afirma ainda que não antecedentes criminosos, que sempre colaborou para o equilíbrio da segurança na fronteira e com as autoridades em geral. “Por isso tudo, pretendendo zelar pelos meus direitos nos processos em curso, tomei a decisão de me apresentar na unidade local do Garras, em mais uma atitude de consideração pelos poderes públicos em geral”, diz na carta.