Mandatária entre novembro de 2019 e novembro de 2020, Áñez é acusada de promover um golpe de Estado contra seu antecessor, Evo Morales, que havia renunciado em meio a uma onda de protestos da oposição e motins de policiais e militares.
“Informo ao povo boliviano que a senhora Jeanine Áñez já foi apreendida e está nas mãos da polícia”, escreveu no Twitter o ministro de Governo da Bolívia, Carlos Eduardo Del Castillo.
A ex-presidente foi presa em Trinidad, no centro do país, e levada para La Paz. “Quero ressaltar que este governo democraticamente eleito não persegue ninguém por razões políticas”, afirmou Castillo em uma breve coletiva de imprensa neste sábado.
A Bolívia é presidida atualmente por Luis Arce, aliado de Morales. Añez, por sua vez, escreveu no Twitter, antes de ser presa, que é vítima de “um ato de abuso e perseguição política por parte do governo”. “Acusam-me de participar de um golpe de Estado que nunca ocorreu”, declarou.
A Justiça também emitiu mandados de prisão contra os ex-ministros Yerko Núñez, Arturo Murillo, Luis Fernando López, Álvaro Coimbra e Rodrigo Guzmán, que participaram do governo anterior. Pelo menos dois deles (Murillo e López), segundo o jornal La Razón, escaparam para os Estados Unidos.
Todos são acusados de sedição, terrorismo e conspiração contra Morales, que tentava obter um quarto mandato nas urnas e chegou a ser declarado vencedor da eleição presidencial de 2019. A oposição, no entanto, não reconheceu o resultado, assim como a Organização dos Estados Americanos (OEA), que apontou fraudes na votação.
Mais tarde, um estudo independente feito por universidades americanas apontou uma série de falhas técnicas no relatório da OEA