Eleições na Bolívia: projeções dão vitória a candidato de Evo Morales, mas atraso em contagem cria tensão

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Luis Arce formou chapa presidencial com o ex-chanceler David Choquehuanca
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  • Post publicado:19 de outubro de 2020

A boca de urna do instituto Ciesmori divulgada pela emissora Unitel deu a Arce 52,4% dos votos, muito mais do que previam as pesquisas eleitorais, no patamar de 40%. O ex-presidente Carlos Mesa, adversário de Arce pela coligação Comunidad Ciudadana (CC), estava nas projeções com 31,5%.

Em terceiro lugar aparecia Luis Fernando Camacho, conhecido como o “Bolsonaro boliviano” e um dos líderes da revolta que contribuiu para a queda de Morales em 2019, com 14,1% dos votos.

Segundo as regras eleitorais da Bolívia, um candidato pode ser eleito no primeiro turno se tiver 50% dos votos mais um, ou atingir o patamar 40%, com dez pontos percentuais a mais que o segundo colocado.

Diversos candidatos mais à direita do espectro político chegaram a desistir de concorrer para tentar evitar uma vitória no primeiro turno, a exemplo da atual presidente, Jeanine Áñez.

A notícia foi divulgada no país depois da meia-noite (horário local), em meio a uma contagem oficial extraordinariamente lenta, que causou incertezas e tensões após um dia de votação que transcorreu com tranquilidade.

“Recuperamos a democracia e recuperamos a esperança”, disse Arce, visivelmente emocionado. “Vamos construir unidade.”

E completou: “Vamos construir um processo de mudança (…) aprendendo com os nossos erros”.

O país sul-americano foi às urnas no domingo para refazer as eleições canceladas há um ano em meio a denúncias de fraude.

O pleito anterior desencadeou uma profunda crise política que resultou na renúncia e fuga do país de Evo Morales e na chegada à Presidência interina da então senadora Jeanine Áñez.