Corumbá (MS)- Após tentar atribuir um suposto “movimento político” à Operação Offset, deflagrada na última terça-feira (6), em que servidores públicos e até o irmão do atual prefeito de Corumbá, foram alvos do cumprimento de mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça, a Polícia Federal reforçou que a investigação se baseou em fatos, e não em pessoas.
A resposta veio após contato da Reportagem do Folha MS que solicitou um posicionamento quanto as declarações que foram feitas pelo Prefeito Marcelo Iunes, na rede social através de seu perfil político no facebook.
De forma resumida e clara a nota esclarece: Prezado, O que podemos declarar é: A Polícia Federal investiga fatos, não pessoas.
A Operação Offset, faz parte da investigação que apura o desvio de recursos públicos oriundos de verbas federais, que estariam sendo desviadas por um esquema criminoso integrado por membros da atual administração municipal, empresas da capital e participação do irmão do Prefeito Marcelo Iunes, (Márcio Iunes).
Nesta terça-feira, a Polícia Federal deu cumprimento a 12 mandados de busca e apreensão e efetuou a apreensão de R$ 50 mil reais em dinheiro, encontrado em posse dos investigados.
Na oportunidade, o celular e notebook do secretário de infraestrutura Ricardo Campos Ametlla, foram apreendidos e documentos da referida secretaria confiscados para investigação. Os policiais estiveram também na casa do ex-secretário de segurança pública Edson Panes e também na casa de Márcio Iunes, irmão do prefeito e apontado como um dos operadores do esquema.
Márcio foi exonerado pelo Governador Reinaldo Azambuja, seis dias antes da operação ser deflagrada. No governo, Márcio constava como Assessor Especial, com salário superior a R$ 10 mil reais, segundo dados do Portal da Transparência, o cargo comissionado, teria sido “conquistado” após o irmão Marcelo Iunes também do PSDB assumir o comando da prefeitura depois do falecimento de Ruiter Cunha de Oliveira.
A empresa envolvida é registrada com serviços gráficos em Offset, mas possui registrados ainda outros ramos de atuação completamente diversos da atividade principal, numa clara tentativa de facilitar a participação em diferentes processos licitatórios, mesmo sem deter outras capacidades necessárias.
Somente durante a gestão de Marcelo Iunes, a empresa teria recebido mais de R$ 7 milhões de reais em diversos contratos para várias atuações. Entre os serviços prestados pela “gráfica” está, por exemplo, a limpeza do cemitério Nelson Chama.