Um dos fatores que pesou para o trágico 2020 para o Pantanal é a condição climática adversa. Depois de ter o segundo pior mês de agosto desde 1998, a primeira semana de setembro tem aumento de 136% nas queimadas, saltando de 178 no ano passado para 421 em 2020, conforme o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Conforme o Climatempo, a previsão é de que setembro o número de queimadas continue aumentando na região. Isso porque, segundo os meteorologistas, a situação de calor intenso e ar muito seco vai predominar por mais algumas semanas. A chuva de frentes frias que passam pelo Sul do Brasil não conseguem chegar ao Pantanal.
Uma mudança no padrão da circulação de ventos sobre o Brasil para que volte a ter condições de chuva só deve correr na última semana de setembro.
Em relação ao clima, foi justamente a chuva (umidade) que faltou este ano, desde o verão. Os padrões médios dos ventos, em diversos níveis da atmosfera, dificultaram a formação de áreas de chuva sobre o Pantanal durante verão, época em que deveria chover com regularidade e abundância.
O volume de chuva abaixo do normal no verão fez com que o Pantanal entrasse no período normal de seca , que é o outono/inverno) com uma reserva de umidade no ar e no solo muito menor.
Com a vegetação ficando cada vez mais ressecada com a falta de chuva prolongada, além da ação de ventos e de baixa umidade no ar, o fogo se espalha rapidamente
Trágico 2020
O ano de 2020 está sendo um dos mais trágicos no histórico do fogo no Pantanal.
De acordo com o monitoramento do Inpe, de 1º de janeiro até o dia 7 de setembro de 2020, foram registrados 12.042 focos de fogo no Pantanal. É a terceira maior quantidade de focos desde o início do histórico, em 1998.
Os números dos focos de fogo em agosto de 2020 estão entre os maiores para este mês. Segundo dados do Inpe, em agosto de 2020, o bioma Pantanal registrou 5935 focos de fogo, sendo a segunda maior quantidade de focos em agosto do histórico, que teve início em 1998.
Assim, a quantidade de focos de fogo no bioma Pantanal no período de 1 janeiro até 7 de setembro de 2020 foi a maior dos últimos 7 anos, Em relação ao mesmo período em 2019, o aumento do número de focos foi de 246%.