Corumbá (MS)- Um número crescente entre os casos confirmados de Covid-19 em todo o Estado de Mato Grosso do Sul, gera preocupação quanto ao retorno gradual das atividades, especialmente com a volta às aulas presenciais.
A quantidade de casos positivos da Covid-19 em crianças com faixa etária até os 10 anos de idade, tem se tornado algo mais comum do que os números registrados no início da pandemia. Talvez por um “mito” criado sobre uma suposta imunidade ao novo coronavírus em crianças, muitas famílias tenham “baixado a guarda” em relação aos cuidados com os pequenos.
Mas estudos e os números mostram que apesar de se manifestar de forma um pouco diferente e menos agressiva nas crianças, elas podem e estão sendo infectadas pela Covid-19. Em Corumbá, segundo dados que constam no Boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, 94 crianças com idade entre 0 e 10 anos, já foram infectadas desde o início da pandemia, o que representa 3.07% do total de casos registrados na cidade.
A velocidade com que os casos vêm surgindo também ascende um alerta em relação a este grupo de pacientes. Os primeiros casos surgiram na cidade apenas em 17 de junho. Um mês depois eram 24 casos, já em 17 de agosto, 51 crianças já tinham sido diagnosticadas e menos de um mês depois já são 94 casos confirmados sendo 52 meninos e 42 meninas, conforme dados do boletim epidemiológico do dia 08 de setembro. Um crescimento de quase 80% nos últimos 15 dias.
Já de acordo com a secretaria estadual de saúde, em todo estado de Mato Grosso do Sul, são 1.953 crianças infectadas com idade entre 0 e 9 anos. Este número era de apenas 337 há dois meses atrás, um aumento de 447% neste período.
Apesar do aumento, as crianças ainda são minoria entre o total de infectados de Mato Grosso do Sul. As crianças menores de 1 ano representam 0,5% do total de contaminados, enquanto crianças de 1 a 9 anos representam 3,1% dos infectados.
Crianças merecem cuidados especiais durante a pandemia
Uma cartilha do Ministério da Saúde recomenda que pais expliquem às crianças o que está ocorrendo com a pandemia, a seriedade da situação e o que é o coronavírus. O diálogo é importante para lidar com sentimentos como insegurança e medo, decorrentes das mudanças que surgem neste novo momento.
Nesse papel educativo, acrescenta o documento, os pais devem apresentar aos filhos as medidas necessárias para a sua proteção e de quem está próximo, como familiares, especialmente os que integram os chamados grupos de risco.
O documento tem linguagem adaptada para crianças e adolescentes e pode servir como material informativo, a ser disponibilizado pelos pais a seus filhos e familiares. Ele traz conteúdos sobre o coronavírus e aborda formas de prevenção, mostrando dúvida comuns sobre higienização e significados de termos que ganharam visibilidade, como nomes das autoridades de saúde, pandemia e sintomas.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, não há evidências, até o momento, de transmissão pelo leite materno. Nos raros casos de recém-nascidos com covid-19 não há evidência de transmissão vertical (da mãe para o filho). Por isso, a entidade afirma que é desnecessário alterar essa prática entre mães e filhos.
*Com informações Agência Brasil