Morre Jimmy Cliff, ícone mundial do reggae, aos 81 anos

hi cliff jimmy cp 02496879 8col

O cantor e compositor jamaicano Jimmy Cliff, um dos nomes mais influentes da história do reggae, morreu aos 81 anos. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (24), em comunicado publicado no perfil oficial do artista no Instagram e assinado por sua esposa, Latifa.

Segundo o texto, Cliff sofreu uma convulsão decorrente de um quadro de pneumonia.
“É com profunda tristeza que compartilho que meu marido, Jimmy Cliff, partiu após uma convulsão seguida de pneumonia”, afirmou Latifa. “Agradeço à família, amigos, artistas e colegas que dividiram essa jornada com ele. Aos fãs ao redor do mundo, saibam que o apoio de vocês foi sua força durante toda a carreira.”


Um dos pilares do reggae


Autor de sucessos como “The Harder They Come”, “You Can Get It If You Really Want” e “Many Rivers to Cross”, Jimmy Cliff consolidou-se como um dos responsáveis por levar o reggae e o ska jamaicano ao cenário internacional.


Nascido em Saint James, Cliff iniciou a carreira ainda criança, cantando em feiras e apresentações locais. Aos 14 anos, mudou-se para Kingston para se profissionalizar e, pouco depois, alcançou notoriedade com músicas como “Hurricane Hattie”, “King of Kings” e “Miss Jamaica”.


Em 1964, aos 20 anos, assinou contrato com a gravadora Island Records, que também lançaria nomes como Bob Marley e Toots and the Maytals. Seu álbum de estreia, “Hard Road to Travel”, saiu em 1967. Dois anos depois, Cliff estreou internacionalmente com “Wonderful World, Beautiful People”.


Seu trabalho mais recente, o single “Human Touch”, lançou reflexões sobre solidão e retomou elementos do reggae dos anos 1960.


Forte ligação com o Brasil


Jimmy Cliff manteve ao longo da vida uma relação estreita com o Brasil. Em 1968, participou do Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro, onde apresentou “Waterfall” e compôs “Wonderful World, Beautiful People”, música que ajudou a projetá-lo nos Estados Unidos.


Em 1969, gravou o LP “Jimmy Cliff in Brazil”, que trouxe versões em inglês de clássicos como “Andança” e “Vesti Azul” e teve o Rio de Janeiro como cenário.
Durante os anos 1980, o artista tornou-se presença frequente no país. Em 1980, recebeu a notícia da morte do pai minutos antes de subir ao palco num show com Gilberto Gil, mas decidiu cantar mesmo assim — episódio que relatou como um momento de profunda emoção.


Em 1984, voltou ao Rio para gravar o clipe de “We All Are One”, dirigido por Tizuka Yamasaki.
Sua relação com o Brasil se aprofundou ainda mais com o nascimento de sua filha Nabiyah Be, em Salvador, em 1992.

A atriz ganharia projeção internacional ao atuar em “Pantera Negra” (2018), feito que, segundo relatos, deixava Cliff especialmente orgulhoso.


Nos anos 1990, participou do álbum “Acústico MTV”, dos Titãs, reinterpretando “The Harder They Come”, que no Brasil se tornou “Querem Meu Sangue”.