Estudos apontam presença de bactérias perigosas em equipamentos de academias

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  • Post publicado:12 de setembro de 2025

Pesquisas recentes mostram que frequentar a academia pode expor o corpo a muito mais do que esforço físico. Um levantamento feito pelo site americano FitRated, em parceria com o laboratório EmLab P&K, analisou 27 equipamentos de três grandes redes — entre eles esteiras, bicicletas ergométricas e pesos livres — e encontrou mais de um milhão de microrganismos por polegada quadrada.

Entre as bactérias identificadas estavam cocci gram-positivos, bacilos gram-negativos e Bacillus, capazes de causar infecções de pele, problemas respiratórios e outras doenças.

Os resultados apontaram que as esteiras apresentaram 74 vezes mais bactérias que superfícies comuns, enquanto as bicicletas ergométricas registraram índice 39 vezes maior. O dado mais impressionante veio dos pesos livres, que concentraram 362 vezes mais germes que um assento de vaso sanitário.

No Brasil, um estudo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) reforçou o alerta. Publicada na revista Journal of Human Environment and Health Promotion, a pesquisa avaliou 120 amostras coletadas entre outubro e dezembro de 2023. Foram realizados 48 testes de proteína, que identificaram a barra de agachamento, o haltere de 8 kg, a máquina de hack squat e a de leg press como os equipamentos mais críticos. Outros 28 testes, feitos pelo método de fluorescência, confirmaram a presença de partículas em níveis preocupantes.

Outro levantamento encontrou bactérias como salmonela e klebsiella — associadas a intoxicações alimentares e pneumonia — não apenas em piscinas e chuveiros, mas também em esteiras, halteres, aparelhos de musculação, bicicletas e tapetes. Também foram detectadas firmicutes e actinobactérias, comuns no trato gastrointestinal humano e importantes para a digestão, mas que, fora desse ambiente, podem representar risco.

Segundo o professor da Faculdade de Enfermagem da UFJF, André Luiz Alvim, algumas medidas simples ajudam a reduzir o risco de contágio.

É fundamental que as academias disponibilizem álcool 70%, água, sabão e papel toalha para higienização das mãos Cada usuário também pode levar sua própria toalha para colocar sobre a superfície onde vai encostar, destacou.

Bactérias podem ser eliminadas com uso de álcool 70%
Recomendação é que academias disponibilizem alcool 70% para higienização de equipamentos

Os especialistas reforçam que o objetivo dos estudos não é afastar as pessoas das academias, mas conscientizar sobre a importância da higiene em ambientes de uso coletivo. Entre as orientações estão limpar os aparelhos antes e depois do uso, evitar andar descalço, não tocar o rosto durante o treino, lavar bem as mãos e trocar de roupa imediatamente após a prática.

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