Morre Mino Carta, fundador da CartaCapital e ícone do jornalismo brasileiro

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  • Post publicado:2 de setembro de 2025

O jornalista Mino Carta, fundador e diretor de redação da revista CartaCapital, morreu nesta terça-feira (2), em São Paulo, aos 91 anos. Ele estava internado havia duas semanas na UTI do Hospital Sírio-Libanês e lutava contra problemas de saúde recorrentes.

Figura central na história da imprensa brasileira, Mino lançou algumas das revistas mais influentes do país, como Veja (1968), IstoÉ (1976) e CartaCapital (1994). Também esteve à frente da equipe que criou o inovador Jornal da Tarde (1966), marco do jornalismo moderno.

Nascido em Gênova, na Itália, em 1931, mudou-se para o Brasil ainda jovem com a família. Aos 16 anos, iniciou no jornalismo escrevendo sobre futebol a pedido do pai. Desde então, construiu uma carreira marcada pela ousadia, pela crítica ao poder e pelo compromisso com a verdade factual.

Durante a ditadura militar, enfrentou a censura e a repressão, chegando a ser interrogado pelo delegado Sérgio Fleury. À frente de Veja, publicou matérias sobre tortura e perseguição política, desafiando o regime. Mais tarde, fundaria CartaCapital, revista que considerava sua obra mais completa, voltada à análise crítica e à fiscalização do poder.

Além de jornalista, foi escritor, autor de romances como Castelo de Âmbar (2000), A Sombra do Silêncio (2003) e A Vida de Mat (2016). Rejeitava a ideia de autobiografia, preferindo expressar suas memórias por meio da literatura.

Mino deixa um legado de coragem, independência editorial e contribuição decisiva para o jornalismo brasileiro.