A região da Serra do Amolar, no Pantanal sul-mato-grossense, passou a integrar oficialmente a Rede Sismográfica Brasileira com a instalação de um novo ponto de monitoramento. O equipamento foi instalado pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e permitirá o envio de dados em tempo real por meio de satélite.
A iniciativa fortalece o acompanhamento de eventos sísmicos na Bacia do Pantanal e oferece suporte a pesquisas científicas voltadas à compreensão da estrutura interna do planeta. O ponto instalado recebeu a sigla IHP e já está em operação na base do instituto, considerada estratégica por estar próxima ao epicentro de um abalo recente, registrado com magnitude de 4,4.
Responsável pela atualização do sistema e pela ativação da transmissão contínua de dados, o especialista Jackson Calhau, do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), destacou o papel essencial que a estação terá para a rede de observação nacional. Segundo ele, o monitoramento nessa área ajuda a melhorar a resposta técnica diante de fenômenos naturais.
A rede brasileira de sismologia conta com mais de 100 estações distribuídas em diversas partes do país. A operação é coordenada por instituições como a USP, Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Observatório Nacional.
Além de ampliar a cobertura nacional, o novo ponto instalado na Serra do Amolar fortalece o papel do Pantanal como território relevante para pesquisas ambientais e geológicas. Para Jackson Calhau, a contribuição do IHP foi fundamental para viabilizar a instalação. Ele afirmou que a parceria deverá ser mantida a longo prazo, destacando o apoio logístico e técnico prestado pelo instituto.
A sismologia é a ciência que estuda os movimentos do interior da Terra, e as estações sismográficas permitem registrar a origem, intensidade e profundidade dos tremores. Esses dados são essenciais para análises preventivas e ajudam a compreender o comportamento sísmico de regiões como o Pantanal.